Esse livrinho é uma dessas versões para adolescentes acéfalos que bombardeou o Brasil durante as décadas de 80 e 90. Uma "edição juvenil", com o que me pareceu uma tradução bastante pobre de um livro de um ilustre senhor conhecido como Robert Louis Balfour Stevenson. Se o nome não liga um botão mental naqueles que estiverem lendo isso, por favor, dirijam-se ao link fornecido e verão que, certamente, já assistiram algum filme que foi adaptado de uma obra desse sujeito, se não leram nada dele. Na pior das hipóteses, certamente já ouviram falar em alguns dos seus personagens.
Mas não foi por causa do autor que comprei esse livro. Nem da história nele (livro, não autor) contida. De fato, considerando que as palavras "Juvenil", "tradução" e "adaptação" estão presentes na capa, eu já sabia que o conteúdo literário do livro seria de pouco interesse.
Mas, pra não dizer que não falei das flores, a história gira em torno de um Dick Shelton que, durante o curso da história - cujo pano de fundo é a Guerra das Rosas - resgata um rapaz que na verdade é uma lady em apuros, é aprisionado por seu teórico benfeitor, junta-se à um grupo de renegados que na verdade são os heróis da história, é enganado e manipulado por praticamente cada personagem que encontra (incluindo seus amigos, seu padre e sua futura esposa) até que, enfim, consegue vingar a morte do pai, casa com a supracitada lady e tem um final feliz.
Mas eu não comprei o livro por causa da história. Como já disse, considerando as palavras-chaves na capa, eu sabia que o livro não ia prestar muito como leitura. Comprei o livro por causa das ilustrações.
Infelizmente, o ilustrador não é creditado - muito agradecido, Editora Globo! - e eu não consegui descobrir o nome do sujeito, que não assina os trabalhos e de que eu não consegui reconhecer o traço. Numa busca pela rede, não achei nenhuma menção à essa edição em particular - tive inclusive que scannear a capa e as ilustrações que usei nessa resenha - e muito menos sobre quem seria o ilustrador. Assim, temo que só vou ter esse livro como exemplo do seu excelente trabalho, seja lá quem ele for.
Por sorte, o livro é fartamente ilustrado. Praticamente cada uma das 46 página tem uma ilustração, nem que seja um daqueles desenhos de objetos que se faz pra completar m pequeno espaço em branco. Há, portanto, uma boa quantidade de exemplos do excelente trabalho do sujeito. Essa edição é praticamente um portfólio com umas letras chatas perdidas no meio.
Se alguém souber quem é o sujeito, eu agradeceria muito se me pudesse dizer.
A história em sí não me chamou atenção suficiente para tentar encontrar uma versão integral da obra, mas já achei mais dois outros livros que, acredito, são ilustrados pelo mesmo sujeito. Infelizmente, as duas edições são da mesma coleção da editora Globo, então tenho poucas esperanças de conseguir identificá-lo mesmo quando esses livros chegarem às minhas (ávidas!) mãos.
Sei que essa não é uma resenha particularmente construtiva, mas era impossível deixar de mencionar essa obra, considerando o quanto gostei do livro - apesar da história em si.
Como nota final, seria interessante ler a opinião de alguém que tenha lido a versão integral da obra para corroborar ou negar as minhas impressões sobre ela.