sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A Espada Diabólica





Depois de muitos anos lendo e relendo as versões em quadrinhos do Elric lançadas no Brasil - A mini-série Elric, a graphic novel Navegantes dos Mares do Destino e a edição do Conan em que o albino faz uma aparição - eu finalmente tive a chance de botar as mãos em um livro do Michael Moorcock: A espada Diabólica (Stormbringer, no original).

As três histórias do Elric que eu citei acima sempre foram parte do meu imaginário de fantasia - a mini-série Elric foi uma das primeiras HQs de fantasia que eu tive a oportunidade de ler - quando pensava em personagens interessantes e em cenários incomuns.

Elric é o último Melniboneano, uma raça de feiticeiros ancestrais, cujos poderes estavam intrinsecamente ligados ao Caos. Melniboneanos são capazes de invocar magias utilizando as forças do Caos sem que essas forças lhes afetem - humanos normais são 'distorcidos' quando entram em contato com as forças do Caos, tanto mental quanto fisicamente - graças à pactos que fizeram há milhares de anos com os demônios Caóticos. Esses poderes sobre o Caos lhes permite viver muito mais longamente do que humanos normais, e  ainda lhes confere domínio sobre os Dragões, que dormem sob a ilha de Imrryr, a capital do império melniboneano, e despertam apenas quando seus mestres necessitam. Graças à tudo isso, eles dominaram o planeta por centenas de anos, se auto-proclamando reis-feiticeiros, e impondo sua tirania sobre o mundo todo.

Mas, como todo o império, este também chegou ao seu ocaso. Elric é, como eu disse, o último descendente da raça - na verdade, ele tem um primo melniboneano puro, também, mas este não é decendente direto dos reis-feiticeiros -cujo império sucumbiu em decadência quando ele ainda era jovem.

Além de ser o último descendente desse império morto, Elric também é albino. Além da aparência distinta - pele e cabelos completamente brancos e olhos vermelhos - seu corpo também é fraco e débil devido à doença.

Mas ele é o escolhido para possuir a mais poderosa arma já forjada: Stormbringer, que drena a alma de seus oponentes e tranfere a força vital dos adversários assim abatidos para o seu portador. De posse da espada, Elric é inigualável em combate singular - desde que Stormbringer tenha se 'alimentado' recentemente.

Então, depois de todos esses anos relendo as mesmas velhas histórias de Elric, eu finalmente me deparei com um livro do personagem! Sem exitar, comprei o volume. Nada muito grandioso, pouco mais de 160 páginas.

Com uma linguagem rebuscada, e com expressões por vezes estranhas - Tonitruante? Alimária? Enxárcia? Sim, precisei consultar o dicionário mais de uma vez durante a leitura! - o livro tem um ritmo um tanto quanto frenético, com as ações se sucedendo rapidamente e cenas curta sempre jogando o leitor rapidamente adiante. Admito que demorei a me acostumar com o ritmo do livro, e a forma de escrita, mas da metade do livro ficou difícil largar a leitura.

O livro tem várias passagens bastante interessantes, e muitas ações  reações inesperadas, e apesar de não ser completamente imprevisível, o final e bastante dramático.

Apesar da capa medonha da edição brasileira, que mostra Elric não só com uma roupa e uma expressão que não condizem com o personagem, mas também dificultam a simpatização com o personagem - ele ficou com uma cara de mancebo romano sem emoção - eu tive suficiente informações visuais do personagens vindas das edições em quadrinhos que li, e o visual criado por P. Craig Russell (e que ilustram essa postagem) não me abandonaram durante a leitura. Sugiro àqueles que se interessarem por ler esse livro que primeiro leiam as edições que citei lá no início dessa resenha, pra se "aclimatarem" ao personagem.



2 comentários:

  1. Oi, sabe me informar se esse volume é edição única?

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    1. O livro traz uma história fechada, mas faz parte da série de livros que Moorcock escreveu sobre esse personagem específico, então ela faz referências aqui e ali à eventos, locais e personagens que são de outras histórias, e portanto não são explicados aqui. Nada que atrapalhe a leitura, de forma alguma. No máximo deixa com mais vontade de ler outros livros sobre o Elric.

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