quarta-feira, 13 de junho de 2012

Um breve momento

Este é um pequeno relato escrito há alguns meses. Hoje, enquanto revisava o blog - o lugar precisava ser re-organizado, afinal... - acabei topando com essa insólita narrativa gravada mas não publicada. Foi uma interessante viagem no tempo até aquele momento. E ainda mais fascinante pelo fato de que, mais ou menos meio ano depois, estou revivendo aquele momento mais uma vez - exceto pelos malditos machucados na mão.

Apesar de ter um começo, e uma evolução quase lógica, com certa coerência. esse pequeno... Momento não teve um final. então para aqueles que não gostam de narrativas interrompidas, sugiro pularem pra próxima postagem.

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A manhã começa a raiar ao meu redor, enquanto sento desolado numa sala suja, envolto em fumaça de cigarro e cheiro de café.

Me dou conta que só há uma coisa que eu desejo nesse momento: escrever.

Um machucado com mais ou menos uma semana de vida estrategicamente localizado não permite que use minha mesa de desenho, indispensável para a finalização do meu trabalho. Para agravar o problema com desenhos, ontem, enquanto terminava de limpar os restos deixados pela festa de aniversário do sábado/domingo, feri os dedos da mão esquerda, e agora nem sequer consigo rabiscar de forma decente. E minha deadline já está estourada...

Por algum motivo estranho, eu simplesmente não sou mais capaz de dormir de forma... Extensiva. Se antes seis horas de sono me satisfaziam plenamente, agora eu não consigo permanecer adormecido por mais do que quatro. Eu simplesmente acordo e fico sonolento por cerca de meia hora. Passados os trinta minutos de sonolência, permanecer deitado se torna desagradável. Graças a isso, meus dias têm sido longos, muito longos! O fenômeno começou três semanas atrás, e o que pensei que seria uma situação passageira tem se mostrado uma condição insistente.

E recentemente, ainda há a questão do álcool. Tenho ingerido bem mais do que em minha rotina regular da vida anterior ao evento que me fez encher a cara de modo profissional pela primeira vez. O mais engraçado foi descobrir que eu sou muito, muito resistente à embriagues. O que parece não ser surpresa pra ninguém exceto pra mim mesmo - sim, eu fico surpreso, porque eu sempre acreditei que o hábito de beber ajudava a desenvolver resistência, mas parece que isso não faz lá muito sentido...

Ah, sim, eu estou devaneando sobre um assunto por parágrafo. Não é ótimo? Adoro escrita não-linear! Afinal, isso é um blog, não um documento oficial ou publicação série, então eu posso viajar tanto quanto quiser, não estou certo?

Uma pausa rápida pra preparar um café e um cachimbo.

Sete minutos.

Meus fósforos acabaram, então estou com uma vela acesa pra acender o fumo. Produz uma iluminação interessante...

Ganhei um cachimbo de presente de aniversário. Ele é minusculo, e toda vez que fumo nele imagino que ele foi desenvolvido especificamente pra fumar maconha, devido ao tamanho. O fornilho não é mais fundo do que uma unha. E não, eu não fumo maconha, então provavelmente nunca vou saber se ele (o cachimbo) é mesmo bom pra isso.

Escuto Amanda Palmer cantar com sua voz forte, limpa clara nos meus ouvidos. Uma canção alegre e rítmica cujo nome eu não sei, e na qual não presto realmente atenção. A voz é uma lembrança dos acontecimentos das últimas semanas. 

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