quarta-feira, 4 de maio de 2016

The Quantum Thief

Catei esse livro pra escutar por conta de uma entrevista que vi com o Scott Brik, que foi o sujeito que narrou a trilogia original de Shannara, dizendo que esse foi o livro que ele mais gostou de gravar. Como eu estava procurando coisas dele pra ouvir - o cara é um narrador muito bom! - e sendo um livro de ficção científica, fui atrás sem me importar com o pequeno dilema moral que me acompanha sempre que eu pirateio alguma coisa. Acontece, as vezes.

E, de fato, esse livro valeu muito a pena! É uma excelente obra, ficção científica purinha, com uma construção de cenário extremamente precisa e funcional, e cuja trama vai se amarrando com o cenário de forma absolutamente magistral!

O cenário, pra começar a falar do conteúdo em si, é extremamente complexo. De fato, catei até um pequeno glossário de termos que aparecem no livro pra me acompanhar durante a "escutação" da obra - por mais que tudo seja bem explicado no livro, ter um glossário à mão, particularmente para os termos que aparecem com menos frequência é extremamente útil!

O cenário principal do livro é na cidade de Oubliette, em Marte, uma cidade que precisa se manter em constante movimento sobre a superfície do planeta pra fugir de uma praga tecnologica conhecida como phoboi que rondam a superfície estéril. A população humana do cenário, depois que a Terra foi abandonada séculos antes do início da trama em um evento cataclísmico (não explicado nesse livro, mas provavelmente em uma de suas sequencias) conhecido como O Colapso, vivem em Oubliette e outras cidades móveis em Marte, assim como outras imensas colônias em outros planetas do sistema solar e em estações espaciais.

Como se pode perceber, o nível de tecnologia do cenário é muitíssimo avançado. Um desses avanços mais importantes é que, agora, os humanos são capazes de fazer upload de suas consciências e memórias, passando-as para novos corpos como bem desejarem. Obviamente, a morte não é um problema permanente no cenário, mas sim o tempo que se vive e como gastá-lo. Um dilema extremamente bem retratado no livro, apesar (ou talvez exatamente pelo fato) de ninguém falar no assunto de forma muito direta.

A trama do livro segue os passos de um ladrão, como o nome do livro indica, Jean Le Flambeur, que precisa roubar suas memórias de volta. Na verdade, ele precisa roubar outra coisa (que seria um spoiler horrendo revelar o que é aqui nessa resenha, e eu prefiro geralmente não fazer isso) como plot principal do livro, mas a maioria da trama se desenrola ao redor das suas memórias "perdidas" que ele precisa resgatar para poder ser capaz de cometer o crime para o qual é contratado.

A narrativa é ágil, com interlúdios que parecem não fazer sentido no meio da história, mas que vão se amarrando à trama principal com uma precisão magistral.Os personagens são extremamente bem construídos, todos eles muito carismáticos de uma forma ou outra, e o cenário é de explodir o cérebro do leitor. De fato, eu escutei o livro duas vezes na sequencia, porque depois de chegar ao final do livro, eu queria entender de forma mais precisa alguns detalhes que achei que tinha perdido pelo meio do caminho (e tinha mesmo! É muita informação, acreditem!) e também, preciso admitir, porque cometi um erro na primeira vez que ouvi o livro e "perdi" 7 capítulos no meio da leitura. Uma pequena sacanagem que meu celular me aprontou.

Enfim!

O livro vale severas horas de discussão, e praticamente tudo dentro dele (personagens, tecnologia, cenário, trama) merece elogios rasgados! Então, por favor, alguém por aí leia (ou ouça) o livro pra eu poder conversar com alguém sobre ele! É divertimento garantido!

Leitura, obviamente, fortemente recomendada!

Nenhum comentário:

Postar um comentário