terça-feira, 17 de maio de 2016

A vida, o Universo e Tudo Mais

Esse é o livro que conclui a primeira trilogia - dentro da trilogia de cinco livros... - do Mochileiro das Galaxias. Foi bom ter feito a resenha dos outros dois volumes separadamente, porque, definitivamente, esse livro é bem diferente dos outros. Eu ainda não li o quarto e o quinto livros da trilogia, mas imagino que a narrativa do senhor Adams deve mudar bastante nos dois últimos volumes, considerando como A Vida, o Universo e Tudo Mais se desenrola.

Esse livro parece mais sóbrio que os outros dois. Tão sóbrio quanto algúem que bebeu uma duzia de dinamites pangalácticas de canudinho, claro, mas os dois livros anteriores parecem ter sido escritos dentro de uma festa voadora que perdeu o controle. 

O livro tem, de fato, uma trama quase lógica - novamente, dentro da lógica distorcida do cenário - e se os outros dois livros não fizessem um trabalho tão bom em esmagar o cérebro do leitor entre uma fatia de limão e uma barra de ouro de bom tamanho, seria possível até ler esse livro juntando as peças pra entender o que está acontecendo. Mas como os eventos todos dos livros anteriores acontecem de modo aleatório e sem muita explicação, eu basicamente fui lendo os acontecimentos da trama e pensando que, dentro da maluquice do universo uma vez presidido pelo senhor Zaphod Beeblebrox, aquilo fazia tanto sentido quanto todo o resto. Além disso, a peça pra entender o mistério reside - de forma aparentemente aleatória -no penúltimo capítulo do livro, então mesmo um leitor lendo o livro de maneira lógica - eu adoraria ver isso - não conseguiria juntar todas as peças até o finalzinho do livro. 

A trama do livro segue nossos "bravos heróis" na tentativa de impedir que uma terrível civilização, separada do resto do universo milênios atrás, seja libertada de seu exílio temporal, já que o grande objetivo dessa civilização é nada mais nada menos do que destruir todo o resto do universo. Um caso extremo de xenofobia, devo observar. 

A chave pra a libertação do planeta Krikkit - que é onde vive a tal civilização - é composta por cinco itens de materiais variados que estão espalhados pelo universo. Para encontrar os itens, Arthur Dent e seus companheiros amalucados precisam voltar à terra antes dela ter sido destruída, visitar uma festa que está rolando há 20 anos - e durante a viagem Arthur é sequestrado por aqule vaso de petúnias lá do primeiro livro. Não pergunte, só lendo o livro pra entender - e finalmente se dirigem para Krikkit depois de descobrirem que os robôs brancos assassinos que estão reunindo as peças da chave já conseguiram todas as cinco peças. 

A coisa toda termina com a descoberta de que a civilização de Krikkit foi manipulada o tempo todo por um super-computador meio morto que falhou em sua missão de destruir o universo eons atrás, e decidiu que precisava concluir sua missão - mesmo depois de ter sido vaporizado pelos seus criadores. Sim, é tudo muito maluco, e por conta disso, é difícil tentar manter um foco realmente lógico na leitura, como eu disse lá em cima. Mas vale a pena tentar, de qualquer forma. 

No fim, tudo termina bem. Arthur Dent continua sendo o ser humano mais lamentável do universo, Trillian - que é a única outra humana do universo... - ainda é uma personagem que eu teria gostado de ver mais nas histórias (cara, ela arranja um encontro com o Thor, como não gostar de uma mulher assim?), Ford continua tão apático como sempre, Zaphod provavelmente vai se meter em muitos problemas e Marvin.... Bom, eu admito que não sei  que foi feito do Marvin no fim do livro. Mas provavelmente está se arrastando e suspirando em algum lugar do universo, como sempre. 

A Vida, o Universo e Tudo o Mais não é tão divertido quanto seus dois antecessores, e considerando que a história teria terminado tão bem no final do Restaurante no Fim do Universo quanto terminou no final desse livro, concluo, pessoalmente, que esse livro é bem descartável, na verdade. Claro, dentro d trama toda do cenário. Enquanto leitura de ficção nonsense, apesar de um pouco cansativo - provavelmente porque eu li os três livros um atrás do outro, o que provavelmente teve algum impacto permanente nas minhas terminações nervosas... - é um bom livro. Não excelente, mas bom. 

De qualquer forma, três já foram, faltam dois. Provavelmente vou pegar alguma coisa diferente pra ler antes de concluir a trilogia de cinco, mas certamente resenhas dos últimos dois livros vão aparecer por aqui. 

Enquanto isso, boa viagem e não esqueçam de carregar suas toalhas! 

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