domingo, 4 de dezembro de 2011

O Andarilho


Se o livro anterior tinha me deixado com a sensação de que Cornwell conseguia descrever cenas de batalha e saque com crueza suficiente pro leitor se sentir na batalha, este livro me deixou a impressão de que Cornwell é um desgraçado com impulsos sociopatas!

O livro começa muitíssimo bem, com uma descrição de batalha campal extremamente bem orquestrada, com detalhes fantásticos, e que, diferente dos ataques à cidades fortificadas do livro anterior, não perde o foco nenhuma vez. É uma descrição longa, mas em momento algum é chata. Pelo contrário, tu fica querendo ir adiante e ler, ler, e continuar lendo pra ver como os eventos vão se desencadear. Realmente bastante empolgante!

Mas daí pra diante, o leitor sofre. E sofre muito!

Eu não falo sobre a trama dos livros que resenho, então não posso ser específico, mas os acontecimentos vão indo num crescente de dor e miséria até que, em determinado ponto do livro, eu tive que parar de ler! Chorei de raiva e desespero pelo protagonista, e teve um momento que eu cheguei a pensar em desistir de terminar o livro.

O terço final do livro é extremamente tenso e doloroso de ler, e em um determinado ponto da leitura eu só queria sair de casa com uma tocha, espancar o primeiro padre que eu encontrasse e depois sair incendiando igrejas!

Mas eu segui em frente, e o final do livro for catártico. Eu ria com os dentes cerrados, e fiquei feliz de um modo extremamente sádico no último capítulo!

Enfim, as coisas não terminam exatamente mal pro Thomas, mas fica um baita gosto amargo na boca, no final do livro. Imagino que esse vai ser o sabor predominante do próximo livro...

Estou sinceramente em dúvida se vou começar o Herege sem uma pausa, ou se vou tentar algo mais leve antes de terminar a busca pelo Graal...

Não recomendo pros fracos de espírito!

2 comentários:

  1. Só me diz uma coisa, meu caro amigo: qual é o livro do Cornwell que não deixa o leitor com vontade de sair de casa com uma tocha e sair queimando igrejas e destruindo relíquias? ^^

    Ele é esperto. Sabe muito bem como usar as "proezas" da igreja medieval a favor da narrativa...

    Boa resenha! Me deu vontade de comprar o livro!

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  2. Não, tiarles... Esse livro vai ao extremo! Dá REALMENTE vontade de atacar igrejas com tochas e machados! Tu tem que ler pra entender o que eu quero dizer!
    Como eu disse, em um determinado ponto do livro, eu chorei de raiva! Raiva pura! Eu nem sabia que era possível alguém chorar de raiva lendo um livro!

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