Eventualmente vou falar sobre os "porques" e "comos" acabei pegando esse livro em audio, mas o assunto é suficientemente extenso pra uma postagem própria, então vou me ater ao livro em si aqui, ao invés da questão sobre audiobooks.
Ah, sim: Haverão revelações sobre a trama adiante. Apesar de eu não entregar coisas importantes, haverá uma boa série de revelações, deixo avisado.
Como escutei o livro ao invés de ler, não tenho idéia de quantas páginas tem o livro original - o audiobook que peguei tinha cerca de 26 horas e meia de audio. Como escutei quase todo o tempo enquanto trabalhava - exceto uma pequena parte no início do audio pra me acostumar e depois a hora final, que eu queria realmente aproveitar - eu praticamente nem me dei conta do tempo decorrido, e levei só 3 dias pra ouvir o livro todo.
Com relação ao livro em, si, admito que, nas primeiras horas, achei que seria uma espécie de "Senhor dos Anéis às avessas", com um grupo de personagens atrás de um artefato ligado ao Lorde Negro do Mal que comandava exércitos ao invés de tentando destruir um artefato ligado ao Lorde Negro do Mal que comandava exércitos. Após algum tempo, no entanto, me dei conta que Sword of Shannara é bem mais que isso.
A história se inicia com Flick Ohmsford encontrando o mago/guia/mentor do livro (que é um filho-da-puta enganador, secretista e intimidador ao contrário do que se espera) e, ao lado dele, indo até o irmão adotivo de Flick, Shea, que é um meio-elfo. O nosso druida (é, ele é um druida, não um mago) revela que Shea é basicamente o sujeito destinado a derrotar o Lorde Negro do Mal (que na verdade se chama "warlock Lord; eu só uso a alcunha Lorde Negro do Mal pra qualquer vilão malvado de séries), e a coisa começa a tomar uma forma mais ou menos lógica de formar um grupo e ir atrás do artefato. Nada de muito novo até aqui.
O grupo de aventureiros. Adivinha qual deles é o Druida? |
A busca pelo tal artefato (a Espada de Shannara, obviamente) em si não é nada novo. Mas o jeito que é contado, com os vais e vens, os "quases" e as repercussões desses "quases", o sentimento de que a coisa toda vai ir por água abaixo e a expectativa de como a história vai se desenrolar a partir do momento que tudo dá errado (e tudo dá errado quase o tempo todo! O Lorde Negro do Mal do livro é um safado inteligente!) mantém o "leitor" preso à história.
Eu também gostei particularmente das descrições das raças (elfos, humanos, anões, gnomos e trolls) apesar das descrições geográficas em si me parecerem muito monótonas. A história das Four Lands é muito interessante, com uma série de guerras ancestrais entre as raças que têm um peso enorme no atual estado das coisas, e uma divisão política bastante interessante de como as raças se separaram e se tornaram inimigas. A história em si, alias, dá uma sensação de que estamos lidando com uma versão de um futuro distante da nossa terra, depois de uma catástrofe atômica ou algo do gênero! Novamente, espero descobrir mais sobre isso nos outros livros da série.
Sword of Shannara não é particularmente brilhante ou original, principalmente nos dias que correm, onde filmes de fantasia pululam nas telas de cinemas na forma de blockbusters cheios de efeitos especiais, mas ainda assim é uma obra digna, interessante e cativante, cheia de personagens bastante originais.
Apesar de não ter uma versão em português, recomendo fortemente que qualquer um capaz de ler literatura em inglês - ou ouvir literatura em inglês, como eu fiz! - procure por esse livro pra ler. Vale muito a pena!
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