quinta-feira, 26 de junho de 2014

Caminhos Fantásticos

Comprei esse livro por influência de um amigo, que me disse que estava interessado em ler um dos contos que consta no livro, já que conhece o autor de alguma dessas encruzilhadas digitais. Sim, um amigo interesseiro e pobre, mas eu gosto dele! ^_^

De qualquer forma, eu adoro livros de contos, e fantasia é meu segundo tipo de literatura favorita, depois de ficção científica. Além disso, é um livro nacional, de uma editora gaúcha, o que certamente foi um emnpurrão a mais pra me levar a comprar o tal livro.

É um livrinho de bolso, com 230 páginas, e custou bem barato, na verdade.

Bom, como eu disse, é um livro nacional, de contos. Cada conto é de um autor diferente - o livro inclui também uma tradução de uma das primeiras versões de Bela Adormecida, que pra mim não faz sentido nenhum dentro de um livro só de autores nacionais, mas vai saber o que passa na cabeça dessa gente... Tem uns caras com uns nomes interessantes no livro, que já me deixaram meio preocupado. O organizador do livro se chama Tiago Lobo. Apesar de Lobo ser um sobrenome possível, eu conheço dois caras que se chamam "lobo" e não são Lobo. A capa - que eu achei bem fraca, diga-se de passagem - que é de uma tal Úrsula Dorada. Ela deve ter ouvido muitos comentários relativos a série do Phillip Pullman. Sendo brasileira, fiquei inclinado a acreditar que é um pseudônimo, ou uma piada infeliz dos pais da pessoa. Tem um Raphael Draccon no livro, também, que suspeito ser "nome artístico". O cara deve se chamar Rafael da Silva, provavelmente. Mas vai saber? Nersse Brasil de Meu Deus de repente eu tou errado, e essa gente tem mesmo esses nomes estranhos.

Mas enfim! Estou derivando do assunto, que é o livro em si.

São ao todo 15 contos, mais a - deslocada - tradução de Branca de Neve, quase todos com um teor de fantasia bem ao estilo Tormenta de ser (com a notável exceção do primeiro conto). Sim, isso é um insulto. A maioria dos contos é simplesmente ruim. Li o livro todo tendo a impressão de estar revirando gavetas com idéias descartadas de autores que entraram no ostracismo. São, em sua maioria, simplistas, rasos e sem absolutamente nada de novo. As narrativas não são empolgantes, as tramas são batidas e a maioria das idéias me fez revirar os olhos na primeira páginas. Cálculo da Criação tem uma idéia interessante, infelizmente jogada no liso por uma narrativa ruim e uma conclusão pobre. Uma Guerra e Três Traições  tem uma narrativa decente, mas a trama é fraca e o conto termina com o autor praticamente dizendo "olha como é foda esse meu PDM, gente!" O Filho do Açougueiro parece bom nas primeiras duas páginas, depois fica lento e vira mais uma história com a moral à Lá Happy Feet do "diferente que faz a diferença". Os outros contos simplesmente não valem uma linha do meu tempo.

É um livro ruim, como um todo, caótico em termos do que vamos encontrar - No Prado, a história que abre o livro, é uma mistura de fantasia urbana com inspiração em Lewis Carol, que simplesmente destoa de todo o resto do livro. A maioria dos outros contos é basicamente literatura de fanzine de RPG na maioria das partes, com autores obviamente usando seus cenários pra contar alguma coisa que eles acham interessantes, e alguns outros contos que simplesmente recauchutam idéias clássicas, abertamente ou não - icluindo os Mithos e As Mil e Uma Noites.

Queria ter alguma coisa boa pra dizer do livro, mas infelizmente, não tenho. É uma honesta perda de tempo.

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