terça-feira, 15 de julho de 2014

El Cid


Peguei esse livro com a minha avó, não por apreciar sobremaneira a história da Espanha medieval, mas porque lembrava de ter visto uma cena fantástica em um filme, onde, no final, o cadáver do tal sujeito do título era amarrado no cavalo e enviado à frente de seu exército, para desmoralizar as tropas inimigas - ele era amarrado de tal forma que parecia vivo, só pra constar. Algo como ter sobrevivido à um ferimento mortal, ou algo assim.

Acabei baixando o filme pra rever, porque a tal cena não é descrita no livreco...

Pra além disso, como o livro narra uma história supostamente verídica, uma visão da Virgem Maria e uma conversa em pessoa com Lázaro me fizeram descrer mais no livro do que no filme com sua cena final insólita - que, descobri pesquisando depois, que era uma espécie de lenda contada sobre ele. Agora, eu me pergunto: incluir essa tal lenda - que ia tornar o final tão mais interessante - tornaria o livro menos crível ou realista do que aparições de gente morta à pelo menos 1000 anos...?

Enfim!

A leitura não é lá grandes coisas. As batalhas, em particular, têm um problema sério de descrição. Não que eu ache que toda batalha tivesse que ser escrita no estilo Bernard Cornwell - o que seria excelente, admito! - mas algumas são contadas em pormenores, contendo estratégias e contagens de corposo, as vezes com descrições de combates entre indivíduos, enquanto outras são descritas simplesmente: "então houve uma batalha". Achei incoerente, no mínimo.

É claro que, além disso, aparentemente tudo no livro é desígnio divino, e o tal Cid é pintado ocmo um Jesus Cristo mata-mouros ou algo assim. Ele basicamente é a caridade, glória e paciência encarnados no corpo de um estrategista militar brilhante. Sem defeitos. Nenhum! Lindo, fulgurante, piedosos, astuto, inteligente, íntegro, sagaz, forte, matador de centenas de iniéis, incinerando árabes com bolas-de-fogo de seus olhos e relâmpagos do seu traseiro!

E claro, tudo graças à Glória do Deus único! Alelúia, irmãos! Glória à Ele nas alturas!

Um livro chato, basicamente. Apesar de algumas coisinhas legais sobre história da Espanha, não sei até onde posso confiar na narração, considerando as supracitadas aparições abençoadas - e da perfeição absoluta do bom cristão Cid. E pensar que nem mencionaram o cadáver amarrado no cavalo.

*suspira*

Pelo menos o filme tem o Charlton Heston - e a Sophia Loren!

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