E chegamos ao décimo livro da série Wheel of Time (estou contando em ordem cronológica, então estou incluindo New Spring como o primeiro livro). Tive que ouvir partes desse livro mais de uma vez - particularmente no ultimo terço dele - porque tem MUITA coisa acontecendo ao mesmo tempo, o ponto de vista muda de um personagem pro outro com muita frequência e é difícil de acompanhar todas as mudanças de perspectiva que ocorrem ao longo dos últimos capítulos.
Agora, o que é mais bizarro sobre esse livro é o fato de, apesar de haver muita coisa acontecendo ao mesmo tempo, a impressão é que o livro simplesmente não anda. A maioria do livro se passa em resoluções de tramas secundárias - mesmo no caso do próprio Rand - e há partes do livro que simplesmente parecem estar ali pra encher o saco do leitor... E sim, há um grande acontecimento no final do livro, que ocorre de manira como eu mencionei acima, meio confusa, e termina com um "PUF!" . Repentinamente. A impressão que fica é que Jordan estava simplesmente sem vontade alguma de escrever, e ao perceber que já tinha material suficiente pra encher um livro, simplesmente escreveu um evento importante - que já estava indicado no livro anterior - o mais rápido que pode pra "fechar" o livro.
Certamente, o livro mais fraco da série até aqui. Mas como ainda temos mais cinco livros pela frente, vamos adiante!
Ah, e adiante, algumas notas pessoas pro Domênico do futuro saber o que acontece nesse livro. Então leitor, fique avisado:
***** REVELAÇÕES SOBRE A TRAMA ADIANTE! *****
Como eu disse, nada demais acontece no livro, exceto pelo final. Rand e Nynaeve vão até Shadar Logoth protegidos por Asha'man e Aes Sedai, e enquanto estes lidam com alguns dos seguidores d"O Escuro - não consegui manter uma contabilidade de quantos e quais, pra ser honesto; como eu disse, o final é uma correria - eles limpam Saidin da maldição da loucura que afetava a fonte masculina do Um Poder. No processo, Shadar Logoth é destruída, assim como a estatueta que permitia que uma mulher acessasse a Choedan Kal - os sa'angrial gigantes que acumulam enormidades de poder. Vai ser interessante ver como isso vai ser desenvolvido nos próximos livros, particularmente considerando os Asha'man! Veremos como a coisa anda!
sexta-feira, 30 de março de 2018
Winters Heart
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quinta-feira, 22 de março de 2018
Ressentimentos
Sou um homem com 40 anos, solteiro, sem filhos, branco, hétero com uma carreira motivada pelo coração e que não traz retorno financeiro suficiente pra eu viver decentemente - eu sobrevivo, no máximo, mas viver, mesmo, dentro do que o sistema de consumo contemporâneo tem como definição, é uma palavra que não se aplica à minha vida.
Minha vida não tem fontes de emoção. Eu não tenho causas pra lutar, minha geração é conhecida por ser preguiçosa, cínica e ressentida - e eu sou um estereótipo da minha geração. Acho que não sou tão cínico quanto gostaria, mas os anos tem me ensinado bastante. Na verdade, eu sou bem egoísta. Eu não me importo. O sofrimento dos outros me afeta pouco, a menos que sejam pessoas muito próximas. Não que eu seja completamente insensível. De fato, eu sempre tomei cuidado pra comprar em comércios locais, ao invés de usar supermercados, produzir a menor quantidade de lixo possível, doar roupas e calçados que não vou usar... O mínimo de alguém com consciência social. Mas recentemente descobri que esse mínimo está bem longe do que é considerado "fazer o bem". Eu me senti mal por algum tempo, por conta disso, mas eventualmente concluí que, considerando que eu já não consigo nem sequer ter uma qualidade de vida razoável, não tenho como abraçar as dores do resto do mundo. Eu faço o que posso, por mínimo que seja, e espero que as pessoas que tem mais energia, recursos ou amor no coração façam mais do que o mínimo. Provavelmente isso me classifica como uma pessoa má. Que seja.
Em termos de trabalho, não tenho visão, talento ou ânimo suficiente pra crescer. Sequer fui capaz de terminar a faculdade de artes, depois de 12 longos anos tentando - e falhando em compreender questões básicas, como agradar professores ou dizer o que eles queriam ouvir (ah, o ressentimento...). Por outro lado sou indolente demais pra pensar seriamente em mudar de área de atuação. Honestamente, não sou bom em nada, tenho criatividade quase nula, sou lento pra aprender e uma memória abismal não ajuda em nada. A cada ano que passa me ressinto mais de não ter conseguido entrar no exército e ter ficado por lá, como um bom soldado - se tem uma coisa que eu sei fazer é seguir ordens. Teria dado um excelente operário de fábrica, acho, mas eu tinha que gostar de desenhar... Gostaria de me tornar ferreiro, mas quem diabos precisa de um ferreiro hoje em dia? Enfim. Essa parte da minha vida definitivamente já está definida: Serei uma pessoa que sobrevive, aos trancos e barrancos, até o dia da minha morte.
Nunca tive filhos, porque nunca achei uma mulher que quisesse dividir essa alegria comigo e sempre fui responsável demais pra colocar uma criança no mundo sem querer. Até disso hoje em dia me ressinto. Não tenho alguém que precise de zelo e cuidado, alguém por quem eu precise me esforçar pra ser melhor e fazer mais. Não sou um modelo à ser seguido, não tenho alguém pra quem ensinar nada, não tenho uma pessoa pra ver crescendo e se desenvolvendo, aprendendo e errando no caminho. Sempre desejei ser o pai que eu nunca tive, sempre achei que teria sido bom nisso. Acho que teria me tornado uma pessoa melhor. Mais ativa. Mais interessada. Nunca vou saber.
Nunca consegui desenvolver um relacionamento saudável com alguém. Dei espaço demais, sufoquei demais, não falei o que deveria, falei o que não devia, não me fiz entender, não entendi coisas óbvias... Cometi todos os erros clássicos pra acabar com relacionamentos, exceto a boa e velha traição - e disso eu definitivamente não me ressinto, só pra variar. Não tenho alguém por quem olhar, não tenho alguém que olhe por mim. Não tenho uma pessoa pra dormir ao meu lado, ou pra quem levar café da manhã na cama, nem pra pensar comigo como resolver os problemas da vida, quando eles vierem, ou mesmo apresentar problemas (porque sabemos que eles aparecem), tomar um vinho pra agradecer um dia bom, pensar na escolha dos filhos, chorar perdas, e enfim, viver todos esses pequenos poemas do dia-a-dia que eu sempre quis. Ainda que eu mantenha boas relações com quase todas aquelas mulheres com quem namorei - algumas delas eu até mesmo considero minhas amigas - eu me ressinto da falta de persistência delas. Me ressinto por não me sentir compreendido. E me ressinto, principalmente, por me ressentir, porque isso sempre me faz perceber o quão imaturo eu sou com relação aos meus sentimentos. Eu me apaixono, me entrego e tento como se fosse um adolescente retardado, todas as vezes. E todas as vezes, os fins são como pequenas mortes. Acreditem, não é divertido chegar aos 40 anos e todos os fins de relacionamentos serem tão problemáticos quanto o primeiro. Na verdade, não é nada divertido chegar aos 40 e todos os relacionamentos parecerem enigmas tão complexos quanto o primeiro...
Eu passei a minha vida toda - pelo menos a parte da minha vida que eu lembro - na mesma casa. Transformei a terra ao meu redor em uma parte de mim, ao longo dos anos. Aprendi a gostar da terra, a entender a terra, a adorar a terra, tudo nesse lugar. Aqui cantei, fiz fogueiras, bebi, fumei, transei, conversei, celebrei casamentos, ri, chorei. Corri pelado na chuva, enterrei animais que amava ou que escolheram essa terra como seu local de morte. Aqui fiz serenatas de amor (que pareceram de horror, mas o que vale é a intenção), duelei com espadas de espuma e metal, arremessei machados, atirei com arcos e bestas, aprendi a cozinhar, desenhar e trabalhar com madeira. Aqui me tornei um bruxo e experimentei fórmulas e rituais mágicos, as vezes acompanhado, mas quase sempre solitário. Aqui eu chorei noites de solidão, uivei de tristeza, ri histericamente de alegria, fiz juras de amor, recebi juras de amor. Aqui tentei me matar (sem sucesso, obviamente) e descobri o peso da palavra solidão. E o quanto é libertador saber que se é amado. Essa casa, que nunca foi realmente minha, e parte de mim, e eu tinha grandes planos pra ela. Queria que se tornasse um lugar onde as pessoas pudessem vir pra se libertar do mundo lá fora. Que viessem não só pra conversar, tomar café, fazer churrasco ou jogar RPG - mas que ainda viessem fazer tudo isso! - mas pra se sentirem incluídas em alguma coisa. Eu queria que as pessoas se sentissem abraçadas sempre que entrassem aqui. Eu tinha grandes planos pra esse lugar. Mas nunca tive autonomia. Nunca tive dinheiro. E sim, me ressinto profundamente disso.
Agora esse sonho vai se juntar àqueles outros. De ter sido militar. De ter um filho. De casar. Vai praquele lugar onde os sonhos mortos se juntam e uma vez ou outra, se dão as mãos e dançam até que eu chore sozinho no escuro.
Em breve as Gaylands vão ser só mais uma casa no Sítio São Marcos, e eu vou ser só mais um quarentão em crise em algum outro lugar. Me entristece saber que nunca vou por um filho no colo e contar sobre como foi o casamento que celebramos ali, no toco onde eu acendo velas as vezes, ou de como uma vez jogamos futebol dentro do galpão - e nem estávamos bêbados! - ou daquela vez que expulsei um assaltante de dentro de casa usando uma espada!
E eu queria muito ter alguma coisa positiva pra terminar esse texto, mas não tenho. Nesse momento sou uma pessoa triste, amargurada e ressentida, e pela primeira vez na minha vida, sou incapaz de assumir o espírito da Poliana e achar um lado positivo disso tudo.
Enfim. A roda do ano gira, e talvez um dia eu olhe pra esse momento com menos tristeza. Nesse momento, isso simplesmente não é possível.
Áqueles que estiverem lendo isso, um pedido: sei que é muito fácil ser agressivo ou fazer graça com os sentimentos alheios - eu sei bem disso, porque já me expus bem mais do que deveria na rede. Mas eu realmente não estou exatamente com estrutura pra aguentar extremismos, ok? Juntem-se a mim na minha tristeza, sejam positivos, sejam negativos, não digama nada, mas por favor, não ataquem ou diminuam o que eu estou sentindo. Aceitem que algumas pessoas são mais emotivas que outras, e se vocês acharem isso engraçado ou irrelevante, levem suas opiniões pra longe daqui, pelo menos dessa vez. Grato.
Minha vida não tem fontes de emoção. Eu não tenho causas pra lutar, minha geração é conhecida por ser preguiçosa, cínica e ressentida - e eu sou um estereótipo da minha geração. Acho que não sou tão cínico quanto gostaria, mas os anos tem me ensinado bastante. Na verdade, eu sou bem egoísta. Eu não me importo. O sofrimento dos outros me afeta pouco, a menos que sejam pessoas muito próximas. Não que eu seja completamente insensível. De fato, eu sempre tomei cuidado pra comprar em comércios locais, ao invés de usar supermercados, produzir a menor quantidade de lixo possível, doar roupas e calçados que não vou usar... O mínimo de alguém com consciência social. Mas recentemente descobri que esse mínimo está bem longe do que é considerado "fazer o bem". Eu me senti mal por algum tempo, por conta disso, mas eventualmente concluí que, considerando que eu já não consigo nem sequer ter uma qualidade de vida razoável, não tenho como abraçar as dores do resto do mundo. Eu faço o que posso, por mínimo que seja, e espero que as pessoas que tem mais energia, recursos ou amor no coração façam mais do que o mínimo. Provavelmente isso me classifica como uma pessoa má. Que seja.
Em termos de trabalho, não tenho visão, talento ou ânimo suficiente pra crescer. Sequer fui capaz de terminar a faculdade de artes, depois de 12 longos anos tentando - e falhando em compreender questões básicas, como agradar professores ou dizer o que eles queriam ouvir (ah, o ressentimento...). Por outro lado sou indolente demais pra pensar seriamente em mudar de área de atuação. Honestamente, não sou bom em nada, tenho criatividade quase nula, sou lento pra aprender e uma memória abismal não ajuda em nada. A cada ano que passa me ressinto mais de não ter conseguido entrar no exército e ter ficado por lá, como um bom soldado - se tem uma coisa que eu sei fazer é seguir ordens. Teria dado um excelente operário de fábrica, acho, mas eu tinha que gostar de desenhar... Gostaria de me tornar ferreiro, mas quem diabos precisa de um ferreiro hoje em dia? Enfim. Essa parte da minha vida definitivamente já está definida: Serei uma pessoa que sobrevive, aos trancos e barrancos, até o dia da minha morte.
Nunca tive filhos, porque nunca achei uma mulher que quisesse dividir essa alegria comigo e sempre fui responsável demais pra colocar uma criança no mundo sem querer. Até disso hoje em dia me ressinto. Não tenho alguém que precise de zelo e cuidado, alguém por quem eu precise me esforçar pra ser melhor e fazer mais. Não sou um modelo à ser seguido, não tenho alguém pra quem ensinar nada, não tenho uma pessoa pra ver crescendo e se desenvolvendo, aprendendo e errando no caminho. Sempre desejei ser o pai que eu nunca tive, sempre achei que teria sido bom nisso. Acho que teria me tornado uma pessoa melhor. Mais ativa. Mais interessada. Nunca vou saber.
Nunca consegui desenvolver um relacionamento saudável com alguém. Dei espaço demais, sufoquei demais, não falei o que deveria, falei o que não devia, não me fiz entender, não entendi coisas óbvias... Cometi todos os erros clássicos pra acabar com relacionamentos, exceto a boa e velha traição - e disso eu definitivamente não me ressinto, só pra variar. Não tenho alguém por quem olhar, não tenho alguém que olhe por mim. Não tenho uma pessoa pra dormir ao meu lado, ou pra quem levar café da manhã na cama, nem pra pensar comigo como resolver os problemas da vida, quando eles vierem, ou mesmo apresentar problemas (porque sabemos que eles aparecem), tomar um vinho pra agradecer um dia bom, pensar na escolha dos filhos, chorar perdas, e enfim, viver todos esses pequenos poemas do dia-a-dia que eu sempre quis. Ainda que eu mantenha boas relações com quase todas aquelas mulheres com quem namorei - algumas delas eu até mesmo considero minhas amigas - eu me ressinto da falta de persistência delas. Me ressinto por não me sentir compreendido. E me ressinto, principalmente, por me ressentir, porque isso sempre me faz perceber o quão imaturo eu sou com relação aos meus sentimentos. Eu me apaixono, me entrego e tento como se fosse um adolescente retardado, todas as vezes. E todas as vezes, os fins são como pequenas mortes. Acreditem, não é divertido chegar aos 40 anos e todos os fins de relacionamentos serem tão problemáticos quanto o primeiro. Na verdade, não é nada divertido chegar aos 40 e todos os relacionamentos parecerem enigmas tão complexos quanto o primeiro...
Eu passei a minha vida toda - pelo menos a parte da minha vida que eu lembro - na mesma casa. Transformei a terra ao meu redor em uma parte de mim, ao longo dos anos. Aprendi a gostar da terra, a entender a terra, a adorar a terra, tudo nesse lugar. Aqui cantei, fiz fogueiras, bebi, fumei, transei, conversei, celebrei casamentos, ri, chorei. Corri pelado na chuva, enterrei animais que amava ou que escolheram essa terra como seu local de morte. Aqui fiz serenatas de amor (que pareceram de horror, mas o que vale é a intenção), duelei com espadas de espuma e metal, arremessei machados, atirei com arcos e bestas, aprendi a cozinhar, desenhar e trabalhar com madeira. Aqui me tornei um bruxo e experimentei fórmulas e rituais mágicos, as vezes acompanhado, mas quase sempre solitário. Aqui eu chorei noites de solidão, uivei de tristeza, ri histericamente de alegria, fiz juras de amor, recebi juras de amor. Aqui tentei me matar (sem sucesso, obviamente) e descobri o peso da palavra solidão. E o quanto é libertador saber que se é amado. Essa casa, que nunca foi realmente minha, e parte de mim, e eu tinha grandes planos pra ela. Queria que se tornasse um lugar onde as pessoas pudessem vir pra se libertar do mundo lá fora. Que viessem não só pra conversar, tomar café, fazer churrasco ou jogar RPG - mas que ainda viessem fazer tudo isso! - mas pra se sentirem incluídas em alguma coisa. Eu queria que as pessoas se sentissem abraçadas sempre que entrassem aqui. Eu tinha grandes planos pra esse lugar. Mas nunca tive autonomia. Nunca tive dinheiro. E sim, me ressinto profundamente disso.
Agora esse sonho vai se juntar àqueles outros. De ter sido militar. De ter um filho. De casar. Vai praquele lugar onde os sonhos mortos se juntam e uma vez ou outra, se dão as mãos e dançam até que eu chore sozinho no escuro.
Em breve as Gaylands vão ser só mais uma casa no Sítio São Marcos, e eu vou ser só mais um quarentão em crise em algum outro lugar. Me entristece saber que nunca vou por um filho no colo e contar sobre como foi o casamento que celebramos ali, no toco onde eu acendo velas as vezes, ou de como uma vez jogamos futebol dentro do galpão - e nem estávamos bêbados! - ou daquela vez que expulsei um assaltante de dentro de casa usando uma espada!
E eu queria muito ter alguma coisa positiva pra terminar esse texto, mas não tenho. Nesse momento sou uma pessoa triste, amargurada e ressentida, e pela primeira vez na minha vida, sou incapaz de assumir o espírito da Poliana e achar um lado positivo disso tudo.
Enfim. A roda do ano gira, e talvez um dia eu olhe pra esse momento com menos tristeza. Nesse momento, isso simplesmente não é possível.
Áqueles que estiverem lendo isso, um pedido: sei que é muito fácil ser agressivo ou fazer graça com os sentimentos alheios - eu sei bem disso, porque já me expus bem mais do que deveria na rede. Mas eu realmente não estou exatamente com estrutura pra aguentar extremismos, ok? Juntem-se a mim na minha tristeza, sejam positivos, sejam negativos, não digama nada, mas por favor, não ataquem ou diminuam o que eu estou sentindo. Aceitem que algumas pessoas são mais emotivas que outras, e se vocês acharem isso engraçado ou irrelevante, levem suas opiniões pra longe daqui, pelo menos dessa vez. Grato.
quarta-feira, 7 de março de 2018
The Path of Daggers
Muito bem, The Path of Daggers será um divisor de águas nas resenhas da série The Wheel of Time, de Robert Jordan. Eu evitei ao máximo revelações sobre a trama até aqui, mas um dos objetivos principais do Café com Letra sempre foi servir de ajuda pra minha memória tenebrosa. Recentemente, durante a "leitura" de Winters Heart, o décimo livro da série, tenho achado difícil me localizar nos eventos que já ocorreram na história quando eles são mencionados - e, na verdade, graças à essa minha resistência à fazer revelações sobre a trama, as "resenhas" anteriores dos livros da série tiveram muito pouco de resenha...
Então farei aqui uma pequena recapitulação dos eventos dos nove livros da série que ouvi até aqui. Portanto, estejam avisados:
*** REVELAÇÕES SOBRE A TRAMA ADIANTE ***
New Spring, o primeiro livro da série, foca em Moiraine Damodred e Siuan Sanche, duas Aes Sedai que entram em contato com a profecia do renascimento do Dragão e iniciam uma jornada para encontrar, proteger e guiar o Dragão Renascido para que ele possa cumprir seu papel na profecia.
20 anos depois, em The Eye of the World, Moraine finalmente encontra o Dragão Renascido, Rand Al'Thor e junto com ele, Mat Cauthon, Perrin Aybara, Egwene al'Vere e Nynaeve al'Meara eles fogem de um exército de Trollocs e acabam na cidade abandonada de Shadar Logoth, onde Mat é infectado pelo malevolente Mashadar através de uma adaga amaldiçoada. Eventualmente o grupo chega ao Olho do Mundo, a única fonte de Saidin que ainda não caiu sob influência d'O Escuro, onde eles confrontam Aginor, Balthamael e Ba'alzamon, três dos seguidores d"O Escuro. Os primeiros dois são destruídos e o terceiro é derrotado, ao custo da destruição do Olho. durante a batalha, eles são capazes de recuperar o brasão de Lews Therin Telamon e o Chifre de Valere.
Em seguida, nos eventos narrados em The Great Hunt, O Chifre de Valere e a Adaga de Shadar Logoth são roubadas por seguidores d"O Escuro, e o grupo parte atrás dos itens, chegando, eventualmente, à cidade portuária de Toman Head, que está sob controle Seanchan, uma nação longínqua que iniciou uma campanha de dominação. Pegos entre os exércitos de Seanchan e os Filhos da Luz (uma organização militar-religiosa dedicada à destruir os seguidores d"O Escuro), Mat acaba soando o Chifre, ressuscitando um exército de antigos heróis que derrotam os Seanchan. Durante a batalha, Rand confronta novamente Ba'alzamon, derrotando-o mais uma vez mas sendo ferido no processo.
No livro seguinte, The Dragon Reborn, a líder das Aes Sedai, Siuan Sanche, envia Nynaeve, Egwene e Elayne À caça do Ajah Negro, um grupo de Aes Sedai que secretamente seguem O Escuro, enquanto Mat descobre uma conspiração para assassinar Elayne e Moiraine, Lan Mandragoran, Loial e Perrin seguem Rand, que secretamente decidiu ir em peregrinação até Tear para se provar como Dragão Renascido. O livro culmina com o grupo se reunindo em Tear, onde Moraine derrota Be'lal e Rand adquire Callandor, e com ela derrota Ishamael, possído por Ba'alzemon.
Em seguida, em Shadow Rising, Rand usa Callandor para destruir um exército de Trollocs enviado para atacar Tear, e em seguida parte para o Deserto Aeil acompanhado por Egwene, Mat e Moiraine. Rand, Mat e Moiraine entram em Rhuidean, atrás de respostas. Rand descobre a origem dos Aeil e é marcado com tatuagens de dragões cobrindo seus braços; Mat passa a conseguir acessar memórias de seus ancestrais, e recebe uma lança e um medalhão mágicos; e Moiraine recebe visões sobre o futuro. Eventualmente Rand enfrenta Asmodean e destroi a ligação dele com O Escuro, mantendo-o vivo para que Asmodean o ensine à usar o o Um Poder. Enquanto isso Perrin enfrenta um exército de Trollocs em Dois Rios, e na Torre Branca Siuan é deposta do cargo e seu acesso ao Um Poder é bloqueado. Ela é resgatada por Min e Logain, o Falso Dragão.
Em Fires of Heaven, Mat e Rand enfrentam e dispersam os Shaido Aeil, e depois, acreditando que Morgase Trakand, regente de Andor fora morta por Rahvin, Rand ataca Caemlyn e destrói Rahvin, tomando a cidade sob sua proteção. No combate, no entanto, Moiraine acaba morrendo ao enfrentar Lanfear.
Em Lord of Chaos, Mazrin jura lealdade à Rand e começa a treinar Asha'man na Torre Negra, enquanto um grupo de Aes Sedai rebeldes se reunem contra Elara, a usurpadora da Torre Branca. Essas Aes Sedai rebeldes enviam Nynaeve, Elara e Mat para recuperar o Caldeirão dos Ventos, um artefato capaz de quebrar o controle d"O Escuro sobre as mudanças climáticas, e enquanto isso Rand é sequestrado e torturado pela Torre Branca, mas Perrin eventualmente o salva, e as Aes Sedai que sobrevivem ao combate juram fidelidade ao Dragão Renascido.
Em A Crown of Swords, enquanto Rand e Min tentam debelar uma rebelião de nobres em Cairhien, Padan Fain fere Rand com a Adaga de Shadar Logoth. Depois de se recuperar, Rand e os Asha'man atráem Sammael para Shadar Logoth, onde Rand e seus homens derrotam o vilão.
Finalmente chegamos aos eventos de The Path of Daggers. Elayne, Nynaeve e Aviendha conseguem quebrar a influência d"O Escuro usando o Caldeirão dos Ventos e Rand luta para repelir as forças Seanchans de invadir Altara. Ele perde o controle de Callindor, e a batalha termina em um impasse. Perrin é enviado para deter Masema, o "Profeta do Dragão", e, sem saber, acaba resgatando a rainha Morgase no processo, enquanto as Aes Sedai rebeldes se praparam para fazer um cerco à Torre Branca. Faile Bashere é sequestrada pelos Shado Aeil, e Dashiva, um Asha'man renegado tenta matar Rand, sem sucesso.
*** FIM DAS REVELAÇÕES SOBRE A TRAMA ***
Em uma nota pessoal, como eu achei complexo traduzir os termos do livro pra português. Alguns termos como Forsaken, eu simplesmente suprimi - apesar deles serem os maiores antagonistas dos livros - por não achar uma tradução eficiente. The Dark One traduzido como O Escuro me soou meio ambíguo, mas nesse caso, funciona, porque além de ser uma entidade de fato, ele é uma espécie de "força mágica corruptora".
É interessante perceber também que Mat é deixado totalmente de fora deste livro. O mesmo aconteceu com Perrin em The Fires of Heaven, e, apesar de estar presente em The Dragon Reborn, Rand não teve nenhum capítulo visto de sua perspectiva naquele livro, e os eventos ali foram todos contados por personagens que estavam revolvendo ao redor das ações do Dragão Renascido. É interessante perceber a ausência de um desses três personagens, já que, apesar do grande protagonista da série ser Rand, Mat e Perrin são, certamente, muito próximos de serem considerados protagonistas também.
Enfim! Depois dessa resenha, veremos como serão as próximas. Provavelmente vou fazer revelações sobre a trama no final de todas elas daqui pra diante, pra ajudar a minha memória - e pra poder chamar a resenha de resenha!
Sigo achando a série excelente, e continuo sugerindo fortemente a leitura!
Em seguida, nos eventos narrados em The Great Hunt, O Chifre de Valere e a Adaga de Shadar Logoth são roubadas por seguidores d"O Escuro, e o grupo parte atrás dos itens, chegando, eventualmente, à cidade portuária de Toman Head, que está sob controle Seanchan, uma nação longínqua que iniciou uma campanha de dominação. Pegos entre os exércitos de Seanchan e os Filhos da Luz (uma organização militar-religiosa dedicada à destruir os seguidores d"O Escuro), Mat acaba soando o Chifre, ressuscitando um exército de antigos heróis que derrotam os Seanchan. Durante a batalha, Rand confronta novamente Ba'alzamon, derrotando-o mais uma vez mas sendo ferido no processo.
No livro seguinte, The Dragon Reborn, a líder das Aes Sedai, Siuan Sanche, envia Nynaeve, Egwene e Elayne À caça do Ajah Negro, um grupo de Aes Sedai que secretamente seguem O Escuro, enquanto Mat descobre uma conspiração para assassinar Elayne e Moiraine, Lan Mandragoran, Loial e Perrin seguem Rand, que secretamente decidiu ir em peregrinação até Tear para se provar como Dragão Renascido. O livro culmina com o grupo se reunindo em Tear, onde Moraine derrota Be'lal e Rand adquire Callandor, e com ela derrota Ishamael, possído por Ba'alzemon.
Em seguida, em Shadow Rising, Rand usa Callandor para destruir um exército de Trollocs enviado para atacar Tear, e em seguida parte para o Deserto Aeil acompanhado por Egwene, Mat e Moiraine. Rand, Mat e Moiraine entram em Rhuidean, atrás de respostas. Rand descobre a origem dos Aeil e é marcado com tatuagens de dragões cobrindo seus braços; Mat passa a conseguir acessar memórias de seus ancestrais, e recebe uma lança e um medalhão mágicos; e Moiraine recebe visões sobre o futuro. Eventualmente Rand enfrenta Asmodean e destroi a ligação dele com O Escuro, mantendo-o vivo para que Asmodean o ensine à usar o o Um Poder. Enquanto isso Perrin enfrenta um exército de Trollocs em Dois Rios, e na Torre Branca Siuan é deposta do cargo e seu acesso ao Um Poder é bloqueado. Ela é resgatada por Min e Logain, o Falso Dragão.
Em Fires of Heaven, Mat e Rand enfrentam e dispersam os Shaido Aeil, e depois, acreditando que Morgase Trakand, regente de Andor fora morta por Rahvin, Rand ataca Caemlyn e destrói Rahvin, tomando a cidade sob sua proteção. No combate, no entanto, Moiraine acaba morrendo ao enfrentar Lanfear.
Em Lord of Chaos, Mazrin jura lealdade à Rand e começa a treinar Asha'man na Torre Negra, enquanto um grupo de Aes Sedai rebeldes se reunem contra Elara, a usurpadora da Torre Branca. Essas Aes Sedai rebeldes enviam Nynaeve, Elara e Mat para recuperar o Caldeirão dos Ventos, um artefato capaz de quebrar o controle d"O Escuro sobre as mudanças climáticas, e enquanto isso Rand é sequestrado e torturado pela Torre Branca, mas Perrin eventualmente o salva, e as Aes Sedai que sobrevivem ao combate juram fidelidade ao Dragão Renascido.
Em A Crown of Swords, enquanto Rand e Min tentam debelar uma rebelião de nobres em Cairhien, Padan Fain fere Rand com a Adaga de Shadar Logoth. Depois de se recuperar, Rand e os Asha'man atráem Sammael para Shadar Logoth, onde Rand e seus homens derrotam o vilão.
Finalmente chegamos aos eventos de The Path of Daggers. Elayne, Nynaeve e Aviendha conseguem quebrar a influência d"O Escuro usando o Caldeirão dos Ventos e Rand luta para repelir as forças Seanchans de invadir Altara. Ele perde o controle de Callindor, e a batalha termina em um impasse. Perrin é enviado para deter Masema, o "Profeta do Dragão", e, sem saber, acaba resgatando a rainha Morgase no processo, enquanto as Aes Sedai rebeldes se praparam para fazer um cerco à Torre Branca. Faile Bashere é sequestrada pelos Shado Aeil, e Dashiva, um Asha'man renegado tenta matar Rand, sem sucesso.
*** FIM DAS REVELAÇÕES SOBRE A TRAMA ***
Em uma nota pessoal, como eu achei complexo traduzir os termos do livro pra português. Alguns termos como Forsaken, eu simplesmente suprimi - apesar deles serem os maiores antagonistas dos livros - por não achar uma tradução eficiente. The Dark One traduzido como O Escuro me soou meio ambíguo, mas nesse caso, funciona, porque além de ser uma entidade de fato, ele é uma espécie de "força mágica corruptora".
É interessante perceber também que Mat é deixado totalmente de fora deste livro. O mesmo aconteceu com Perrin em The Fires of Heaven, e, apesar de estar presente em The Dragon Reborn, Rand não teve nenhum capítulo visto de sua perspectiva naquele livro, e os eventos ali foram todos contados por personagens que estavam revolvendo ao redor das ações do Dragão Renascido. É interessante perceber a ausência de um desses três personagens, já que, apesar do grande protagonista da série ser Rand, Mat e Perrin são, certamente, muito próximos de serem considerados protagonistas também.
Enfim! Depois dessa resenha, veremos como serão as próximas. Provavelmente vou fazer revelações sobre a trama no final de todas elas daqui pra diante, pra ajudar a minha memória - e pra poder chamar a resenha de resenha!
Sigo achando a série excelente, e continuo sugerindo fortemente a leitura!
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