sexta-feira, 25 de abril de 2014

Planetas em Guerra


Um interessante livro sobre uma guerra entre humanos e marcianos, onde os humanos levaram a pior.

Sim, os marcianos vieram de marte. E eles são capazes de viver na terra sem ajuda de capacetes ou roupas de contenção - e, pelo que o livro indica, tudo o que um humano precisa para passear em marte é um capacete para poder filtrar a atmosfera do planeta. Além disso os marcianos são capazes de extrair oxigênio da água e da comida, além do ar, o que é muito útil, já que só existem traços (menos de 1% da atmosfera) desse gás em seu planeta de origem...

Fora essas pequenas questões técnicas, que eu creio que não deviam ser completamente desconhecidas em 1974, quando o livro foi originalmente lançado, não há outr... Ah, não. Espera. Lembrei de outro detalhe: o livro começa com a Inteligência Primaz (o líder da invasão alienígena) assistindo o por do sol no atlântico, de seu apartamento na cidade de... São Paulo. Eu fico imaginando o quão alto é o prédio em que ele estava.

Mas ALÉM desses pequenos (???) detalhes - e vejam, eu sou muito bom em desistir de um filme ou livro depois de descobrir que há um ou outro detalhe que simplesmente não faz sentido na obra - é um bom livro! Surpreendentemente, apesar dessas várias escorregadelas, temos um cenário muito rico, bem explorado e, mais interessante de tudo, uma virada literalmente Scooby-Doo Inc. no meio do livro! E apesar do quarto final do livro ser menos interessante do que o resto da leitura, as últimas duas páginas simplesmente terminam a trama de modo sensacional.

Poul Anderson escreve livros de space opera pra sessão da tarde (ou sua similar literária) e definitivamente não decepciona aqui. Não é uma trama muito pretensiosa, e poderia certamente ser melhor desenvolvido, mas ainda assim, é uma boa história.

Há um certo ar Chuttulhesco em determinado momento do livro, que poderia perfeitamente ter sido mais bem explorado, mas infelizmente, quando estamos chegando aos finalmentes, há aquele escorregão na história que faz com que a possibilidade de uma trama de terror vire apenas mais um thriller. Uma pena. Mas ainda assim - e parece que muitos "ainda assim" nesse livro - é um livro extremamente divertido.

Alias, por ter um preceito interessante (humanos perdendo a guerra interplanetária para outra raça) e alguns desdobramentos interessantes a partir dessa premissa, estou seriamente pensando em usar o cenário em alguma campanha de RPG de ficção. Algumas alterações precisam ser feitas, mas o troço tem potencial!

Ah, e não, eu não faço ideiá de porque o sujeito que fez a capa resolveu colocar uma roupa espacial de formato bizarro - alguém mais notou a anatomia esquisitíssima? - já que a trama se passa toda na terra, e os marcianos tem uma conformação anatômica semelhante à humana, com poucas diferenças - e nenhum deles usa trajes espaciais na história. Coisas de capistas, como já constatei muitas vezes por aqui (principalmente em se tratando de livros do Poul Anderson).

Pra quem quer uma leitura leve com uma premissa diferente, é um livreco que vale a pena ler.

sábado, 19 de abril de 2014

O Máscara de Ferro

Malditas versões infanto-juvenis, sempre me enganando! Depois de Irmãos Corsos, tenho procurado outras obras de Dumas pra ler, mas infelizmente, só encontro versões "resumidas pra adolescentes" de todas as obras dele. Leitura corrida, com algumas passagens tão, mas tão retalhadas, que chegam a perder o sentido, e diálogos tão mutilados que perdem todo o impacto.

Nada contra livros infanto-juvenis escritos como tal, mas essas versões de "grandes clássicos" destroem a coisa toda!

Acabei lendo essa porcaria em coisa de uma hora e meia - quatro viagens de ônibus pro trabalho, em um dia particularmente corrido - por não ter outra opção, já que esse foi o livro que peguei na pressa de sair logo cedo.

Resumidamente, Aramis é um babaca, Dartagnan um retardado, Porthos um bonecão de posto e Athos é o último à saber, em uma história sobre um sujeito preso que é solto e volta a ser preso.

Malditas versões infanto-juvenis!

Eu ia até levar esse livro pra algum sebo e tentar trocar, mas não quero que mais ninguém precise passar por isso como eu passei. Vou usar as páginas pra iniciar alguma fogueira ou um fogo pra churrasco. Darei um fim digno pra todas as árvores que deram sua vida pra que essa coisa fosse publicada.

Ah, e não, eu não me dei ao trabalho de procurar uma capa mais decente. Gostaria, no entanto, que os malditos redatores dessas tragédias colocassem capas mais apropriadas nesses livros, como essa imagem aqui na direita. Pelo menos leitores incautos seriam enganados com menos frequência, penso eu.

Só me dei ao trabalho de escrever essa resenha pra lembrar - ou avisar - as pessoas que não, não há vida inteligente nas versões infanto-juvenis de grandes obras. Não há.

*Grunhe*

Malditas versões infanto-juvenis!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Fundação


Finalmente peguei um livro do Isaac Asimov pra ler. Já tinha lido uma série de contos dele, anos atrás, mas nunca tinha sentado com um livrão pesado do sujeito pra ler.

Eu esperava, é claro, robôs. Não há nenhum. Pelo que sei, eles só aparecem em obras "antes e depois" desse livro. O que, devo admitir, foi uma surpresa um tanto bem-vinda, porque o livro trata diretamente de pessoas lidando com pessoas, o que geralmente me interessa mais - apesar de rob^so (nas obras do Asimov) serem muitas vezes mais "pessoas" do que os seres humanos, as relações envolvendo robôs positrônicos geralmente entram em assuntos filosóficos que eu admito que tenho me interessado cada vez menos.

Quanto à história em si - sobre a qual eu nada sabia - temos a fundação de uma Enciclopédia Galáctica, um conjunto de cientistas interessados em escrever um compêndio contendo todo o conhecimento acumulado pela raça humana nos últimos 12 mil anos desde o início de sua história. Sim, estamos em um futiro longíncuo, onde a humanidade colonizou toda a galaxia e se espalhou por alguns milhões de planetas da mesma. E não, não há alienígenas na trama (isso pode até parecer um spoiler, mas na verdade, quem conhece um pouco sobre Asimov sabe que ele dificilmente lida com alienígenas em suas histórias - se é que o faz em algum momento). A Fundação é idéia de um cientista chamado Hary Seldon, que, através de uma nova ciência, chamada de Psicohistória, consegue prever matematicamente os rumos que grandes quantidades de pessoas vão tomar - no caso, ele prevê que, dentro em pouco, o Império Galáctico vai entrar em declínio, e vai passar por uma época de barbárie que pode durar 30 mil anos, a menos que algo seja feito. Isso é tudo descrito nos capítulos introdutórios do livro, e portanto não se trata exatamente de uma revelação sobre atrama. Mas para que eu não acabe entregando nenhuma surpresa, não vou falar mais sobre a história do livro, mas apenas adicionar que há dezenas de personagens importantes em várias traas e sub-tramas, e que, de forma inacreditável, é muito difícil se perder no meio de tanta informação . Um mérito digno de um sujeito que é reconhecido como um dos maiores escritores de ficção científica de todos os tempos!

Como informação adicional, no entanto, é interessante observar que a série originalmente foi escrita na forma de oito histórias independentes, publicadas originalmente entre maio de 1943 e janeiro de 1950. Mas tarde,  em 1952, as histórias foram reescritas por Asimov (para que as datas e fatos coincidissem de maneira mais harmônica) e publicadas em três livros: As primeira quatro histórias foram reunidas, junto a uma outra história tomando lugar antes das outras, em um volume único publicado em 1951 como Fundação. As outras quatro his´torias forma publicadas aos pares sob os títulos Fundação e Império (1952) e Segunda Fundação (1953), resultando na "Trilogia da Fundação" - a versão que eu tenho do livro é uma compilação desses três volumes, trazendo, portanto, a história completa. 

Em 1981, após a série ter sido considerada um dos trabalhos mais importantes da ficção científica moderna, Asimov foi convencido por seus escritores a escrever um quarto livro, Limites da Fundação - publicado em 1982. 
Quatro anos mais tarde, Asimov continuou com outra sequência, Fundação e Terra, e mais tarde ainda mais dois livros cronologicamente anteriores à trilogia, Prelúdio para Fundação (1988) e Crônicas da Fundação (1993). 

Entre a escrita de cada um desses livros, Asimov escreveu, reescreveu e adaptou vários outros trabalhos, criando um universo ficcional unificado onde a maioria de suas histórias ocorrem. Então, basicamente, quando alguém está lendo um trabalho de Asimov, existe uma grande chance de estar entrando em algum ponto da história da Fundação, mesmo que nem saiba disso! 

Bem, o livro e realmente uma peça maravilhosa de ficção científica, recomendado para qualquer um que queira começar a ler sobre o assunto de forma concisa e eficiente. É uma leitura realmente fácil e tranquila, e traz tramas tão bem desenvolvidas que provavelmente vai agradar mesmo aquelas pessoas que, normalmente, não focam sua leitura em hard sci-fi.

Recomendo fortemente à todos!

quarta-feira, 2 de abril de 2014

1º de Abril - e retroativamente, Março!

Não, nenhuma mentira, trocadilho, susto ou "pegadinha" por consequencia da data, apenas uma constatação estranha que fiz hoje, ao vir verificar as novidades depois de uma semana, e descobrir que, nessa data tão estranha, meu blog, mesmo sem ter nenhuma postagem no mês de março - e também nenhuma propaganda no facebook ou no google+, portanto - eu recebi o recorde de visitas em toda a história do blog: 71!

Não, o blog não costuma ter muitas visitas, em geral... 

Nem quando fiz as postagens mais polêmicas do blog, há tempos idos, eu recebi tantas visitas assim em um dia!

Além disso, uma das origens de tráfego, o facebook, deu lugar á um tal de Semalt - que eu não quis visitar com receio das consequências, e portanto não faço idéia do que seja - do qual eu nunca tinha ouvido falar.

Finalmente, pra minha surpresa, descobri ainda que a maioria dos visitantes da página não são do Brasil, mas sim dos Estados Unidos e do (pasmem) Alasca!

Claro, não faço idéia de quanto esses contadores do blogger são confiáveis, mas até aqui eles me pareceram bastante confiáveis, considerando as origens de tráfego (google e facebook, onde eu faço propaganda do blog) e sempre dando picos de visitas nos dias posteriores aos que eu faço uma nova postagem e faço propaganda dela. Não sei bem o que pensar sobre isso.

[momento choradeira mode: on] Eu admito que visito o blog pelo menos uma vez por semana pra ver se tem novos comentários, e, infelizmente, quase nunca tem. [momento choradeira mode: off], mas dessa vez vim pra fazer uma pequena catarse pessoal e me auto-justificar (principalmente) sobre o porque o mês de março não teve nenhuma postagem. Primeiro, porque peguei Fundação, do Isaac Asimov pra ler, e o troço é um calhamaço de 500 paginas com letras miúdas de difícil digestão. Eu ainda estou indo e vindo no livro, pra reler questões possivelmente relevantes que deixei passar, já que o livro tem dezenas de personagens, todos relevantes. É um leitura divertidamente densa e com uma estrutura interessante. Breve, ainda esse mês, a resenha aparece por aqui.

O segundo motivo pra eu ter deixado esse mês passar em brancas núvens é o fato de eu ter começado a dar aulas de desenho numa escola de desenho de Pelotas (o famigerado JA, para aqueles que conhecem a cidade) no início desse mês, e passei um bom tempo estudando o ensino de desenho e também as partes mais básicas da estrutura do desenho pra ensinar jovens e adolescentes em início de carreira. Uma atividade interessantíssima, devo admitir! Tem me deixado com muita vontade de desenhar, mesmo que o tempo ainda não tenha permitido.

Some-se à esses dois fatores os textos que tenho escrito nos últimos meses para a publicação digital (teoricamente bimestral) do Mighty Blade, a Dracon Cave, e dois grupos de RPG, e o meu tempo simplesmente se tornou um fenômeno estranho em constante constrição.

Todo esse trabalho, é claro, tem sido extremamente gratificante, divertido, inspirador e, com a permissão do uso da palavra, Mágico, em certos aspectos. É quase como um reinício, uma redescoberta no meio de uma trajetória que já estava, de uma forma paradoxal, tortuosamente constante.

Hum... Ok. Quando eu começo a divagar com frases sem significado claro e com construções pseudo-poéticas é hora de parar. Além disso, esse texto já ficou enorme, de qualquer maneira!

Se algum bravo chegou até aqui, um beijo de Jack, o Estripador - direto no coração!