domingo, 13 de novembro de 2011

O Arqueiro

Muito bem, voltando então às resenhas!

Demorei umas duas semanas pra conseguir ler esse livro, o primeiro de uma trilogia A Busca do Graal, muito mais pela falta crônica de tempo do que pela dificuldade da leitura - que, alias, diferente das Crônicas Saxônicas de Cornwell, não é tão fluida.

O livro conta a história do arqueiro Thomas, que jura vingança contra os franceses após ter sua vila atacada. Como o nome - em português - indica, vamos acompanhar os feitos e a história do arco longo inglês, mais exatamente durante a guerra dos cem anos. É, como os outros livros de Cornwell, uma aula de história com um aventureiro com objetivos próprios como nosso guia. E, como sempre, Cornwell faz um excelente trabalho em ambas tarefas.

A história de Thomas e todas as mirabolantes reviravoltas em seu destino e objetivos também é muito interessante, com a presença de uma série de personagens extremamente carismáticos. A trama e os personagens, alias, dão um tom de irrealidade e ao mesmo tempo de revisão histórica ao livro, uma vez que algumas situações beiram o absurdo, enquanto muitos personagens fogem dos estereótipos aos quais estamos acostumados.

Porém, nem tudo me agradou no livro. As batalhas são excessivamente descritas, criando momentos morosos justamente durante os combates. São, é claro, boas descrições, mas as vezes um tanto confusas, e por vezes com focos transitando tão rápido de um ponto para outro que é difícil acompanhar ser precisar reler alguns trechos. Isso cria um tom de realismo na descrição dos combates - que certamente era bem mais caótico do que a maior parte dos filmes de guerra medieval fazem parecer - mas torna a leitura pesada e um pouco pedante.

No geral, um bom livro. Personagens extremamente bem construídos, situações inusitadas e, claro, excelentes descrições de itens bélicos, formações de batalha e táticas de combate.

É um livro que recomendo principalmente para aqueles que, como eu, são interessados em questões militares históricas. Mas advirto que é um livro pesado em suas descrições, bastante violento e calcado em uma guerra, então os mais fracos de estômago deveriam ficar longe dele.

Em tempo: eventualmente lerei os outros dois livros que fazem parte da trilogia d'A Busca do Graal, mas provavelmente vou colocar algum outro livro na frente, pra desopilar as veias da violência d'O Arqueiro.

4 comentários:

  1. Excessivamente violento, é?
    Gostei.
    Nunca li nada desse cara só ouvi falar.
    A Carol Abelaira gosta muito dele.
    Parece que ele tem o mesmo defeito do Tokien, de narrar com preciosismo de detalhes, o que é um saco.
    Valeu, Domênico.

    ResponderExcluir
  2. Pois é, Jacques. Esse é o primeiro livro dessa trilogia, mas eu já tinha lido seis outros livros dele antes, posteriores. E foi interessante perceber que o estilo de escrita dele nesse livro está bem mais cru. Ele coloca alguns detalhes sangrentos que causam uma certa agonia, ao mesmo tempo que te levam mais pra perto de uma realidade bem menos romântica do que normalmente se vê em romances sobre a época.
    Mas não é como Tokien. Não são as descrições de locais ou culturas onde ele se demora, mas sim nas movimentações militares e nas táticas de guerra da época - é onde ele mais se demora. Apesar de tornar o livro lento, as vezes, não chega a ser tedioso, como em Tolkien.

    ResponderExcluir
  3. O Domênico falou e disse, Jacques! O Tolkien chega ser chato porque às vezes se demora na descrição de coisas quase irrelevantes. Já o Cornwell, ele não se passa; o que ele diz tu sempre vai usar para montar a cena na tua cabeça. E são detalhes tão legais e importantes que, se tu não te dispor a imaginar, o combate pode ser um saco porque tu não vai entender as ações. É como usar miniaturas em RPG. Ele te dá informações para tu identificar a posição de cada um dos envolvidos no combate. Super empolgante!

    Dá para ler só O ARQUEIRO ou tem que ler toda trilogia, Domênico?

    Belo post!

    ResponderExcluir
  4. Tiarles, eu até concordo que o Tolkien possa ser um tanto pedante volta e meia, mas creio que tem seu valor. Depois de ler as descrições detalhadas dele, é mais fácil vivenciar o livro. É mais entrar na história. O Cornwell simplesmente se atem à detalhes diferentes, e faz o mesmo que o Tolkien faz com mais agilidade e sem ficar realmente chato.

    Sobre ler o livro isolado, eu te diria que é uma leitura interessante, mas vai ficar meio quebrado, porque o Thomas, o arqueiro do título, ele atinge alguns objetivos e outros não. Fica um baita gosto de "tá, e agora?" no fim do livro.

    ResponderExcluir