sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Frankenstein e o Ato Criador

Ah, Frankenstein. O Prometeu Moderno. O Adão de uma nova geração de homens.

O monstro do dr. Viktor Frankeinstein sempre produziu uma atração em mim. Eu não sei bem o que eu gosto na estória. Ou, na verdade, não sei exatamente o que mais me atrái na estória. Há, de fato, muitos aspectos no conto que simplesmente me atraem - ou me preocupam - em maior ou menor grau. A ideia de criar uma entidade capaz de se mover e agir por sí própria é algo que possivelmente atrai uma grnade parte da humanidade; Sim, há muitos de nós que se deliciam com a ideia da peternidade, mas à nós, meros homens, machos da espécie, fica relegada a função de acompanhar e apoiar apenas, enquanto é a mulher quem genuinamente gera a vida dentro de sí. Admito que essa capacidade criativa suprema sempre me causou algo de inveja da natureza feminina. E talvez daí venha esse meu fascínio pela ideia de poder criar. Eu sempre acreditei que, mais do que simplesmente uma questão de cultura, a absoluta superioridade de homens na arte se deve à esse único fato: Nó não podemos criar nada. Somos meramente observadores da maravilha da maternidade. Acredito que há, em todos nós artistas, um desejo ardente de sermos capazes de criar algo, de produzir ao menos uma faísca de vida, uma reprodução inanimada da vitalidade que apenas as mulheres são capazes de realmente criar.

Não creio, porém, que este seja um desejo restrito aos artistas, nem que todos tenham esse desejo, mas acredito que é muito dessa incapacidade que faz com que nós, machos, lutemos para nos tornarmos maiores, mais poderosos, reconhecidos, importantes. Para que se possa dizer que nós criamos algo por nós mesmos, que deixamos algo depois de nossa passagem mundana. Posto que, nossos filhos não são nossos frutos, mas sim de nossas fêmeas. E quão frustrante pode ser, para nós, machos, o fato de sabermos que, se uma mulher nos diz que "este filho não é teu!" nós nunca poderemos dizer com certeza que essa afirmação náo é verdadeira. Mas não se pode dizer o mesmo para uma mulher, posto que ela carregou a criança em seu ventre, e, não importa quem é o pai, aquele filho é, sem dúvida, sua criação!

Eu sempre acho estranho que, diante simplesmente deste único e simples fato, não sejamos todos nós, machos, convertidos em simples adoradores e cultistas das mulheres, que são Deusas incarnadas, capazes de fazer aquilo que nós jamais poderemos: Criar a vida.

Oh, sim... Frankenstein. Tenho mais coisas a dizer sobre o livro, e a história, mas agora se apodera de mim uma melancolia profunda.

Como somos pequenos nós, homens.

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