terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Pedra no Céu

O primeiro livro publicado por Isaac Asimov em 1950, e que é a gênese do que mais tarde se tornaria o imenso universo literário da Fundação, uma série de livros que conta como o homem se espalhou e dominou o universo sobre a qual eu já falei aqui.

Apesar dos primeiros escritos de Asimov sobre o universo da Fundação datarem de dois anos antes da publicação deste livro, estas histórias foram escritas na forma de contos em revistas de ficção científica. Pedra no Céu é o primeiro livro publicado por Asimov e portanto considerado como o ponto de partida desse universo - os contos originais foram, dois anos depois da publicação de Pedra no Céu, reescritas por Asimov (para que as datas e fatos coincidissem de maneira mais harmônica) e compilados em um livro coeso, na forma do primeiro livro da trilogia da Fundação.

Apesar de ter fcado extremamente satisfeito em ter lido esta história depois de ter lido Fundação e poder perceber a semente daquele livro aqui - há muitos paralelos entre os livros, alias - mas imagino que o caminho oposto também deva ser extremamente interessante.

Um dos aspectos que eu mais gostei desse livro é o fato de que o protagonista (Joseph Schwartz, um alfaiate aposentado) é um homem do nosso tempo, transportado, graças à um acidente, para o futuro em que já existe um império galáctico e onde a terra nem sequer é mais reconhecida como o berço da humanidade. Esse ponto de partida nos permite explorar o cenário junto com Joseph, o que foi certamente uma idéia magistral de Asimov para mostrar as estranhezas da civilização do futuro (incluindo uma inicial barreira linguistica enfrentada pelo protagonista ao chegar no futuro).

O livro tem um pouco de tudo: religião, preconceito racial, conspirações e informações desencontradas (que, alias, pra mim, é o ponto alto do livro) e uma revolução à caminho.

É interessante observar que Asimov adicionou um posfácio em 1982 explicando que, na época em que escreveu o livro, não se sabiam quais seriam as consequências da radioatividade causada pelos ataques nucleares à Hiroshima e Nagasaki, e no livro os efeitos da radiação tomaram uma proporção muito maior do que realmente aconteceu.

Apesar de um final irrealisticamente otimista, o que é comum nos livros de Asimov, a trama em si é extremamente empolgante e mesmo o final sendo muito mais positivo do que se poderia esperar, ele faz sentido dentro da obra como um todo.

Definitivamente uma excelente leitura, fortemente recomendada!

Agradecimentos especiais ao Luciano Abel (e por extensão à Livraria Julio Werne) por ter me apresentado o livro. Eu provavelmente não teria procurado por ele se não fosse a esfuziante propaganda!

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