quarta-feira, 8 de julho de 2015

Count Zero

Dando sequencia à Trilogia Sprawl, terminei ontem de ler Count Zero - Mona Lisa Overdrive, aqui vou eu!

O segundo livro da trilogia, sequencia direta de Neuromancer, Count Zero tem uma narrativa bastante diferente de seu predecessor - e certamente bem menos impacto, mas obviamente poucas coisas podem ter tanto impacto quanto um livro que dá início a um novo gênero literário. Enquanto Neuromancer seguia as desventuras de Case, um ex-cowboy de console em suas desventuras no universo da Sprawl, Count Zero tem uma dinâmica consideravelmente diferente, com três protagonistas completamente diferentes entre si, com objetivos e percursos diversos e que, aparentemente, não têm nada em comum - e cujo envolvimento, é claro, vai se tornando aparente ao longo do livro.

Eu, particularmente, não costumo gostar de ler livros assim. Gente demais, muitos personagens secundários pra tu manter a atenção e mudanças de pontos-de-vista que precisam de readaptação constante à leitura. MAS! Mas, mas, mas, Gibson sendo o grande escritor que é, consegue fazer essa mecânica funcionar lindamente, mantendo a leitura deslizando suave e fluida o tempo todo. Os personagens secundários não são tão numerosos quanto se poderia esperar, e como no caso de Neuromancer, extremamente bem construídos.

Gibson também se mantém explorando o cenário aqui como no livro anterior, mostrando novas facetas do seu pequeno mundo, enquanto envolve o personagem em uma daquelas clássicas histórias cyberpunks onde há traições e falsas alianças em cada esquina, numa trama cheia de anjos, espíritos e corporações manipuladora.

"Opa, como assim, anjos e espíritos numa 'clássica história cyberpunk'?" Ora, amiguinhos, eu não vou entregar essa cabeça numa bandeja dourada! Leia o livro e vai perceber que faz total sentido!

Em tempo: O livro, é claro, é cheio de referências e expressões, a maioria explicadas no glossário que figura no final da obra. Uma delas, no entanto, me deixou confuso logo de cara, e acho útil para futuros leitores da obra - que por ventura tenham a mesma quantidade de cultura inútil quanto eu... - falar no assunto. Eu conhecia por hotdogger um cara que faz algo espetacular quando alguma coisa simples e eficiente seria suficiente. Um exibicionista. Mas no universo da Sprawl, hotdogger é simplesmente um aspirante a cowboy de console. Nem mais, nem menos. Apesar de eu achar que isso fica bem óbvio no decorrer do livro, pra quem nunca tinha ouvido a expressão, achei que cabia aqui a explicação - facilita bastante as coisas!

Agora, se tu não sabe o que cowboy de console significa, nem devia estar lendo essa resenha! Vá ler Neuromancer logo, seu wilson!

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