Mona Lisa Overdrive é o terceiro livro da Trilogia Sprawl, que encerra os eventos iniciados em Neuromancer - encerra, alias, de modo absolutamente magistral! A última página simplesmente vira a coisa toda de cabeça pra baixo, abrindo tantas possibilidades que dá uma certa tristeza em saber que Gibson não fez mais uma trilogia explorando o cenário adiante.
Em termos de narrativa, Mona Lisa Overdrive segue a mesma lógica de Count Zero, com três protagonistas com percrusos distintos, cuja interligação só vai ficando clara a medida que a trama avança. Diferente de Count Zero, no entanto, os três protagonistas não são todos "novos jogadores", com a presença de praticamente todos os personagens dos livros anteriores fazendo uma aparição - ou pelo menos sendo mencionados- ao longo da história. Alguns deles com desenvolvimentos bastante interessantes!
O cenário do Sprawl também é bastante explorado aqui, com visitas á Inglaterra cyberpunk, o deserto químico de Dog Solitude e outras charmosas localidades dos EUA - geralmente numa viagem de Wiz proporcionado por uma das protagonistas, Mona.
Com muitas referências aos livros anteriores, Mona Lisa Overdrive funciona perfeitamente como um fim de história, explorando o potencial do cenário e os desdobramentos de eventos que começaram em Neuromancer e se desenvolveram ao longo de Count Zero.
A Trilogia Sprawl terminou, e me deixou completamente orfão. Devo assar alguns dias lendo apenas livros de RPG e de história/mitologia, antes de escolher a próxima obra literária, já que depois dessa pequena saga, duvido que qualquer outra leitura não pareça insossa e sem vida.
Apesar de Neuromancer ser, certamente, o melhor dos três livros, eu recomendo fortemente a leitura de toda a trilogia, sem medo. Uma ótima história extremamente bem contada!
quarta-feira, 22 de julho de 2015
Mona Lisa Overdrive
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Willian Gibson
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Count Zero
Dando sequencia à Trilogia Sprawl, terminei ontem de ler Count Zero - Mona Lisa Overdrive, aqui vou eu!
O segundo livro da trilogia, sequencia direta de Neuromancer, Count Zero tem uma narrativa bastante diferente de seu predecessor - e certamente bem menos impacto, mas obviamente poucas coisas podem ter tanto impacto quanto um livro que dá início a um novo gênero literário. Enquanto Neuromancer seguia as desventuras de Case, um ex-cowboy de console em suas desventuras no universo da Sprawl, Count Zero tem uma dinâmica consideravelmente diferente, com três protagonistas completamente diferentes entre si, com objetivos e percursos diversos e que, aparentemente, não têm nada em comum - e cujo envolvimento, é claro, vai se tornando aparente ao longo do livro.
Eu, particularmente, não costumo gostar de ler livros assim. Gente demais, muitos personagens secundários pra tu manter a atenção e mudanças de pontos-de-vista que precisam de readaptação constante à leitura. MAS! Mas, mas, mas, Gibson sendo o grande escritor que é, consegue fazer essa mecânica funcionar lindamente, mantendo a leitura deslizando suave e fluida o tempo todo. Os personagens secundários não são tão numerosos quanto se poderia esperar, e como no caso de Neuromancer, extremamente bem construídos.
Gibson também se mantém explorando o cenário aqui como no livro anterior, mostrando novas facetas do seu pequeno mundo, enquanto envolve o personagem em uma daquelas clássicas histórias cyberpunks onde há traições e falsas alianças em cada esquina, numa trama cheia de anjos, espíritos e corporações manipuladora.
"Opa, como assim, anjos e espíritos numa 'clássica história cyberpunk'?" Ora, amiguinhos, eu não vou entregar essa cabeça numa bandeja dourada! Leia o livro e vai perceber que faz total sentido!
Em tempo: O livro, é claro, é cheio de referências e expressões, a maioria explicadas no glossário que figura no final da obra. Uma delas, no entanto, me deixou confuso logo de cara, e acho útil para futuros leitores da obra - que por ventura tenham a mesma quantidade de cultura inútil quanto eu... - falar no assunto. Eu conhecia por hotdogger um cara que faz algo espetacular quando alguma coisa simples e eficiente seria suficiente. Um exibicionista. Mas no universo da Sprawl, hotdogger é simplesmente um aspirante a cowboy de console. Nem mais, nem menos. Apesar de eu achar que isso fica bem óbvio no decorrer do livro, pra quem nunca tinha ouvido a expressão, achei que cabia aqui a explicação - facilita bastante as coisas!
Agora, se tu não sabe o que cowboy de console significa, nem devia estar lendo essa resenha! Vá ler Neuromancer logo, seu wilson!
O segundo livro da trilogia, sequencia direta de Neuromancer, Count Zero tem uma narrativa bastante diferente de seu predecessor - e certamente bem menos impacto, mas obviamente poucas coisas podem ter tanto impacto quanto um livro que dá início a um novo gênero literário. Enquanto Neuromancer seguia as desventuras de Case, um ex-cowboy de console em suas desventuras no universo da Sprawl, Count Zero tem uma dinâmica consideravelmente diferente, com três protagonistas completamente diferentes entre si, com objetivos e percursos diversos e que, aparentemente, não têm nada em comum - e cujo envolvimento, é claro, vai se tornando aparente ao longo do livro.
Eu, particularmente, não costumo gostar de ler livros assim. Gente demais, muitos personagens secundários pra tu manter a atenção e mudanças de pontos-de-vista que precisam de readaptação constante à leitura. MAS! Mas, mas, mas, Gibson sendo o grande escritor que é, consegue fazer essa mecânica funcionar lindamente, mantendo a leitura deslizando suave e fluida o tempo todo. Os personagens secundários não são tão numerosos quanto se poderia esperar, e como no caso de Neuromancer, extremamente bem construídos.
Gibson também se mantém explorando o cenário aqui como no livro anterior, mostrando novas facetas do seu pequeno mundo, enquanto envolve o personagem em uma daquelas clássicas histórias cyberpunks onde há traições e falsas alianças em cada esquina, numa trama cheia de anjos, espíritos e corporações manipuladora.
"Opa, como assim, anjos e espíritos numa 'clássica história cyberpunk'?" Ora, amiguinhos, eu não vou entregar essa cabeça numa bandeja dourada! Leia o livro e vai perceber que faz total sentido!
Em tempo: O livro, é claro, é cheio de referências e expressões, a maioria explicadas no glossário que figura no final da obra. Uma delas, no entanto, me deixou confuso logo de cara, e acho útil para futuros leitores da obra - que por ventura tenham a mesma quantidade de cultura inútil quanto eu... - falar no assunto. Eu conhecia por hotdogger um cara que faz algo espetacular quando alguma coisa simples e eficiente seria suficiente. Um exibicionista. Mas no universo da Sprawl, hotdogger é simplesmente um aspirante a cowboy de console. Nem mais, nem menos. Apesar de eu achar que isso fica bem óbvio no decorrer do livro, pra quem nunca tinha ouvido a expressão, achei que cabia aqui a explicação - facilita bastante as coisas!
Agora, se tu não sabe o que cowboy de console significa, nem devia estar lendo essa resenha! Vá ler Neuromancer logo, seu wilson!
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