O livro tem 15 contos, que falam dos mais diversos assuntos. Passado Morto, o primeiro conto, é uma clássica história de viagem no tempo que lida com questões políticas e sociais de maneira absolutamente brilhante - e não, não é tedioso como geralmente acontece com histórias que lidam com esses assuntos (afinal, tem viagem no tempo envolvida!).
A Cela de Bronze é um interessante conto que figura um demônio e um aspirante à cria do inferno às voltas com uma prisão de quatro dimensões. Simples e eficiente.
Sonhar pe um Assunto Particular, que fecha o livro, é uma história sobre sonhos e visões empresariais muito bem delineado. Um conto que explica muito bem porque ainda existem escritores, desenhistas, artistas e sonhadores no mundo - e porque eles sempre existirão.
Mas, definitivamente, a minha história favorita do livro é O Bardo Imortal, que nas entrelinhas fala, basicamente, que o que nos sabemos sobre a história da arte em todas as suas formas não passa de mera especulação pretensiosa. Me lembrou muito um texto que li no facebook sobre arte que era mais ou menos assim: "daí o professor ensina que o artista usou azul ali porque ele queria passar o sentimento de tristeza e solidão. E se fossem quatro horas da manhã, o vermelho tivesse acabado e o cara simplesmente quisesse terminar logo o quadro?"
Em tempo: Há muitas citações sobre o Multivac nesse livro - o multivac é o "computador definitivo" que aparece em muitas outras histórias do bom doutor, incluindo A Última Pergunta. Sugiro dar uma olhada nessa história antes de cair em A Terra tem Espaço, além de lembrar que a maioria dessas histórias foram escritas na década de 50, o que significa que computadores impessoais, gigantescos e funcionando a cartão eram, realmente, o mais provável futuro da computação.
E, é claro, não posso deixar de dizer que o livro é todo muito bom, apesar de eu ter falado só de quatro contos aqui. Vale cada linha. Leitura fortemente recomendada!