sábado, 20 de setembro de 2014

O Demônio de Gólgota

Esse foi o segundo livro de Frank de Felitta que eu li. O primeiro foi A entidade, anos atrás. Não lembro de quase nada do livro, exceto que o enredo era ao redor de uma mulher sistematicamente estuprada pelo espírito de um chinês lutador de sumô. Foi há muito tempo, eu disse.

Apesar de ser um livro sobre catolicismo -grandemente calcado nas revelações religiosas de um jesuíta em uma pequena cidadezinha americana e de dois parapsicólogos que coincidentemente estão no mesmo local para pesquisar fenômenos estranhos - grande parte dos acontecimentos que movem o livro são causados por experiências sexuais por parte dos personagens. Todos eles. Parapsicólogos, padres, jesuítas, professores de Harvard.. Acho que só o Papa foi poupado (Sim, tem um papa no livro. O nome dele é Francisco Xavier, vejam só). Acho que todos que lêem o Café com Letra conhecem meu desgosto por esse tipo de gatilho nos livros. Mas nesse caso, apesar de estar presente, até de forma grosseira e grotesca, o sexo impulsiona o livro adiante, e não é jogado no enredo de forma gratuita.

Bem, analisada a parte do sexo... O livro é interessante. Na maior parte do tempo, te mantém na dúvida se os fenômenos são de origem religiosa ou científicas. Uma teria derruba a outra a cada dois, três capitulos, e isso vai te impulsionando adiante, na tentativa de entender o que diabos - literalmente - está acontecendo. O livro é dinâmico, e apesar de tu ficar com raiva das burrices de todos os personagens, tem... bom, forças agindo por trás de tudo, então fica difícil simplesmente chamar eles de burros.

No fim das contas, é um bom livro. Tem passagens particularmente boas, com alguns calafrios - pelo menos pra quem gosta de ler durante á noite, num lugar ermo como as Gaylands... - mas em geral é só instigante -não que isso seja, de forma alguma, um problema, exceto que é um filme de terror, não espionagem nem ficção científica. A narrativa é ágil e te mantem querendo virar capítulos, chegar ao final do mistério. Os capítulos finais são fantásticos, mas infelizmente, o livro termina de forma desconfortavelmente abrupta e vai contra tudo o que se espera durante o livro todo. Me senti bastante traído.

Alias, esse é um sentimento comum nas minhas tentativas de ler terror.

Bom, acho que é um bom livro de terror, pra quem gosta do estilo.

Eu? Vou voltar pra ficção científica, com licença.

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