quarta-feira, 23 de outubro de 2013

The Amazing Spider-Man

Dia desses, dando uma volta pelo facebook, encontrei uma postagem de um site sobre super-heróis que dizia que o Jack Kirby teria feito uma versão do uniforme do  homem-aranha que foi rejeitada pelo Stan Lee. Então Steve Ditko teria aparecido com a sua versão do uniforme, que foi a que vingou, e é conhecida até hoje.

A suposta versão de Kirby seria esta:


Não sei, honestamente, se essa informação procede. Andei dando uma olhada pela rede, e não achei nenhuma outra matéria à respeito, nem em português nem em inglês, pra poder confirmar. Ainda assim, por algum motivo, a imagem do uniforme - horroroso diga-se de passagem - supostamente desenhado por Kirby, ficou me perseguindo por dias. Não sei dizer porque, mas a imagem ficava ali, num canto escondido da memória, e vinha volta e meia me assaltar, pulando na minha cara como uma aranha armadeira!

A coisa evoluiu, e eu me peguei pensando, esses dias, numa possível "edição original" do Homem-aranha, usando o uniforme esdrúxulo do Kirby. Uma coisa que teria feito eles se sentirem envergonhados - se é que é possível que essa sensação atinja o Stan Lee... - e que teria sido caçada e queimada pelos dois, na calada da noite, logo após sua publicação.

E fiquei imaginando se, de repente, hoje, sei lá quantas décadas depois, um exemplar sobrevivente viesse a tona. Que tipo de comoção causaria?

Provavelmente nada mais do que muito falatório na internet, como com quase tudo...

Mas, de qualquer forma, a idéia seguiu me perseguindo. Decidi, então,  fazer alguma coisa à respeito. O resultado é a capa abaixo.

Originalmente, eu tentei fazer uma cópia do traço do Kirby. Não fui nada feliz. Acabei desistindo, e desenhei o uniforme à moda da casa, mesmo. O título eu achei em uma versão variante da edição do Amazing Stories onde a primeira história do cabeça-de-teias aparece. Quanto ao fundo, foi roubado de uma capa famosa do escalador de paredes - que eu não sei qual é, na verdade, mas já vi umas duas mil vezes na vida. Mais uma textura de papel manchado e uns dois filtros bobalhões, um photoshop 7 e uma hora e meia depois, voilá! Ei-lo!

Não é nada realmente impressionante, nem muito bem feito, na verdade, mas eu bem que gostei do resultado final. Achei simpático.

E espero que, agora, o maldito uniforme bizonho do aracnídeo me deixe em paz!

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Essas Estrelas são Nossas!

Esse livro tem uma pequena história curiosa. Quando chego na Montecristo, enquanto espero o café, geralmente dou uma passada de olho pela estante de ficção científica - eu olharia a de fantasia com mais frequência, se eles tivessem uma sessão específica pra isso. Dia desses, olhando os livros, achei um título curioso: Essas Estrelas são Nossas, Poul Anderson! Eu não tinha lido nada do autor até aquela altura, mas o nome me soava familiar. Achei que o livro tratava de uma space opera com um personagem chamado Poul anderson - Alguém lembra do Paul Altreides? Ou do famigerado mr. anderson? Pois é, mistura tudo, a gente nunca sabe...

Olhei só a lombada do livro, e a minha curiosidade sobre o tal personagem sequer foi suficiente pra tirar o livro da estante.

Pois bem. Nessa mesma tarde, alguns cafés depois, acabei me dando de cara com a capa de outro livro, sobre o qual já falei aqui. Daí que o nome do autor era Poul Anderson, e nesse momento, a minha curiosidade ficou aguçada. Será que era coincidência o nome do personagem e do autor serem iguais? Ou será que o personagem era uma homenagem ao autor? Peguei o livro da estante para ver se havia alguma explicação sobre isso na orelha ou contracapa. Mas a explicação, muito mais simples e não tão interessante, estava na capa do livro. Essas Estrelas são Nossas! Poul Anderson. O sujeito que fez a lombada da capa colocou o ponto de exclamação depois do nome do autor. Tudo com a mesma fonte, praticamente o mesmo tamanho... Malditos revisores inúteis.

Mas enfim! E quanto ao livro?

Essas Estrelas são Nossas! é basicamente um livro do James Bond (dos filmes dos anos 80, não dos livros) no espaço. É divertido, fácil de ler, previsível e tem algumas idéias interessantes. Gosto muito dos alienígenas que o Poul Anderson cria.

Ah, a resenha na contra-capa é uma mentira deslavada. A espiã loura é uma guria meteorologista do interior, os tais seres do espaço que já arrasaram e saquearam inúmeras galáxias são uma coligação de mundos rival à terra, e o ataque não é ao sistema solar de forma alguma, mas à um planeta de nome Raposa ao redor de uma tal estrela Cerúlea. Até onde alcança meu conhecimento de astronomia, tudo invenção da mente do autor.

Mas, como eu disse, é um livro divertido. Desses de ler como se assiste filme da sessão da tarde. Sem muitas complicações nem questionamentos, só briga entre o espião terráqueo e os vilões intergalácticos.

domingo, 6 de outubro de 2013

O Alquimista

Eu tenho uma memória muito, muito ruim. Esse foi um dos motivos que me fez criar esse blog - lembrar as tramas dos livros que eu já li, e apontar os motivos pelos quais eu gostei ou não delas. A maior parte dos livros que eu li há mais de dez anos se apagaram completamente da minha memória. Então, apesar de ter lido alguns livros do Paulo Coelho em anos passados, eu só lembro mesmo de dois deles: O Demônio e a Senhorita Prym e o Manual Do Guerreiro da Luz. O primeiro tem uma história interessante, e o segundo eu sabia que era uma obra renegada pelo autor. Considerando esses fatos, eu considerava Paulo Coelho um bom autor. O Demônio e a Senhorita Prym não é um livro fantástico e inacreditavelmente bem escrito, mas tem uma história consistente e funcional, e o Manual do Guerreiro da Luz é um daqueles livros que tu entende que foi escrito em um momento de amadurecimento literário de um autor - e muito provavelmente em uma época em que ele consumia doses cavalares de alguma substância psicotrópica!

Mas quando terminei de ler O Alquimista, minha noiva virou pra mim na cama e perguntou:
- E aí, o que tu achou?
Eu titubeei um pouco, mas acabei admitindo que, apesar de uma boa história, tinha muita moral católica e misticismo raso pra senhoras desocupadas, pra eu realmente gostar, ao que ela ajuntou - Mas o Paulo Coelho é católico! Os livros dele são assim!

E então eu pesquisei as sinopses dos livros, e descobri duas coisas: A primeira é que o cara escreve livros de auto-ajuda, e o segundo que O Alquimista é baseado em uma história das Mil e Uma Noites. Ou seja: O que eu gostei do livro provavelmente nem sequer saiu da imaginação do sujeito!

Agora vou procurar algum livro que tenha mais histórias das Mil e Uma Noites, e me contentar em me juntar ao coro dos que dizem que não faz sentido o Paulo Coelho ser um best seller.

Sem mais, deixo apenas aqui minha desilusão com Paulo Coelho e meus votos de que aqueles que leem esse blog nunca caiam na besteira de ler um livro do sujeito - exceto, talvez, O Demônio e a Senhorita Prym.

Pelo menos o livro era emprestado. Eu ia ficar bem chateado se, além de meu tempo, eu tivesse gastado dinheiro com esse livro...