quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Os Druidas

Um excelente livro de pesquisa com base em vários documentos históricos, literatura medieval e moderna e comparações com religiões de diversas partes do mundo. Com um olhar crítico, mas sem deixar de de apontar elementos não explicados pela ciência como possibilidades concretas, Ward Rutherford cria uma imagem vívida de quem poderiam ser os druidas por trás dos mitos atuais criados sobre a organização.

Rutherford cita lendas celtas e fala sobre a cultura desse povo, criando um panorama onde ele descansa a imagem dos druidas de maneira magistral.

Apesar de ser um livro baseado apenas em conjecturas - de um historiador que vive na região onde antes era a Galia, e portanto convivendo com os costumes da civilização na qual os druidas estavam inseridos - é extremamente lúcido e conciso. Rutherford levanta teorias, derruba mitos e aponta vários textos com descrições de membros da organização.

Astrônomos, numerologistas e curandeiros, a possibilidade de que fossem também xamãs com capacidades extra-sensoriais não é descartada pelo autor, apesar do próprio afirmar que provavelmente a maior parte das lendas sobre os poderes sobrenatuais dos druidas não passassem disso: lendas.

Rutherford escreveu muitas obras sobre celtas, druidas e até mesmo shamanismo - além de um grande número de livros sobre as duas guerras mundiais - e apesar de relativamente antigo - a publicação original é de 1978 - não há como ser considerado ultrapassado; mesmo que novos fatos possam ser adicionados ao que conhecemos sobre os druidas, dificilmente alguma das informações que constam desse livro se tornarão obsoletas.

Uma excelente leitura para aqueles interessados na cultura celta e em religião, Os Druidas é uma leitura interessante e elucidativa.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Dialogando

Pois é, fim-de-ano, a leitura anda lenta, e a vida tentando voltar pros eixos. Além de estar com pouco tempo pra ler - na verdade, pouca energia; tem tanta coisa pra fazer que quando me sobra tempo eu só quero descansar a cabeça no travesseiro.

Além disso, estou lendo quatro livros ao mesmo tempo - não foi intencional, mas algo que simplesmente aconteceu. Não tenho idéia de quando vou terminar algum deles, nem quando vou conseguir resenhar um satisfatoriamente depois de seu término.

Então resolvi que, pra não deixar o blog parado por mais um tempo indeterminado - dezembro passou em brancas nuvens por aqui... - era hora de dizer alguma coisa ao meu público fiel (???). Mas daí tropecei num pequeno problema: falar sobre o que?

Não tenho nenhuma "postagem coringa" que as vezes me aparece, e não quero começar agora a falar de filmes aqui - apesar disso ter me dado uma excelente idéia, enquanto escrevo; vamos ver se amadurece - ou outros assuntos não relacionados à literatura, já que esse é o ponto focal do blog, acreditem se quiserem!

Então pensei comigo: o que eu gostaria de ler aleatoriamente nos blogs que costumo visitar? E a resposta veio bem fácil!

Listas!

Vou porpor algo sumariamente simples: vou deixar aqui uma lista de livros, com um pequeno adendo contendo regras, e espero que os leitores deixem em resposta uma lista também, considerando, é claro, as regras que eu estipularei adiante!

As quatro regras que vou impor são simples e fáceis de seguir:

1 - O livro deve ser um romance. Baseado em fatos reais ou não, e de qualquer estilo literário ao gosto do leitor, mas nada de livros de filosofia, livros técnicos ou teses - ele precisa conter uma história com início e meio (sim, ter fim ou não é opcional);

2 - O leitor precisa possuir o livro. Eu sei que muitas vezes nossos livros favoritos não estão mais conosco, então abrirei uma cláusala especial: O leitor precisa ter possuído o livro em questão. Ficam de fora livros emprestados ou de bibliotecas;

3 - O livro precisa ser amplamente recomendável. E essa é a regra mais importante! Não que ele seja recomendado pra qualquer um, mas ele precisa ter um motivo pra indicá-lo para os outros lerem! Não precisam ser listados esses motivos, só o nome do livro é suficiente - mas um mínimo de explicação seria apreciável. Assim não são necessariamente os seus livros favoritos que vigoram nessa lista, mas aqueles que tu acha que as outras pessoas do mundo deveriam ler!

4 - cinco livros. Nem mais, nem menos. Se tu leu menos de cinco livros que poderiam ser recomendados, tá na hora de expandir a biblioteca... Se tem mais, guarde pra uma segunda edição desse diálogo!

Então, vamos lá! Minha singela lista:

* Frankeinstein, o Prometeus moderno (Mary Shelley). O original ou sua revisão (perla própria Sheley). O original não é tão fácil de conseguir, e a versão revisada é melhor. Já falei sobre ele aqui no blog duas vezes, ao menos, e volto à indicar. É uma excelente história sobre a natureza humana que funciona lindamente na contemporaneidade. Além de ter uma das idéias mais originais sobre "monstros".

* O Verão do Lobo Vermelho (Morris West). Em momentos de desespero literário, já li algumas obras do West. Não gosto das histórias dele, mas a escrita é boa. Esse livro, no entanto, é - de acordo com o autor - bibliográfico. É bem diferente das histórias de tribunal dele, e o ritmo de escrita é bem tranquilo. É um livro que traz uma daquelas estranhas amizades com pessoas que não fazem sentido, mas que todos nós temos.

* Longe é um lugar que não existe (Richard Bach). Um conto-de-fadas contemporâneo, que nos lembra de coisas importantes. Lindo, simplesmente.

* O Anel dos Nibelungos (Saga nórdica). A versão em prosa. É uma dessas histórias universais. Pode não ser simples de ler, entender ou interpretar, já que não somos nórdicos nem estamos na idade média, mas ainda assim é uma história poderosa, mesmo que o leitor não perceba toda a simbologia escondida no livro.

* O Último Reino (Bernard Cornwell). O primeiro livro das Crônicas Saxônicas, mas que pode perfeitamente ser lido como uma história isolada - diferente dos outros. Cornwell é um excelente contador de histórias, e é o único escritor que eu já li que consegue passar a sensação de se estar em um combate. Não que eu tenha estado em muitos, mas me fez lembrar do frenesi controlado que acontece quando eu entrava em um tatame pra pelejar em um kumite. Pra além disso, é uma baita história!

Aí está minha pequena lista! Só espero ver algumas listas nos comentários, agora!

A sim: Devia ter uma imagem, certo? Pois é, não rolou, dessa vez. Acontece. Lamento se desapontei alguém.