quarta-feira, 15 de junho de 2011

Crônicas Saxônicas - O Último Reino


Parece que foi uma vida atrás que fiz minha última postagem aqui... Não faz nem meio ano, mas eu sempre me sinto traindo quando passo um mês sem realizar uma tarefa que costumo fazer com regularidade - como tomar um café no Aquários, jogar uma horinha de Temple of Elemental Evil, fumar um charuto com o Valim...

E, além disso, para um blog que vai fazer dois anos (mês que vem!), cinco meses são quase um quarto da vida! Acho que é hora defazer as pazes com o Bloco de Notas...

Enfim, estou me desviando do assunto!

Apesar de estar me sentindo um traidor, cá estou para - ao menos para mim mesmo - me redimir um pouco! Tenho umas quantas coisas para comentar - andei lendo Shakespeare, algumas boas HQs e alguns outros livros e contos bem aleatórios... - mas decidi começar com este livro escrito por Bernard Cornwell.

Então, vamos nós!

Quando comecei a ler o livro - na introdução do mesmo! - eu comecei a torcer o nariz. Vemos, alí, o ponto de vista dos saxões em relação aos noruegueses. A figura pintada desses vikings me pareceu muito... Simplória. Eles aparecem como bárbaros covardes e ináptos. Ao menos, até a última página da introdução... Como eu disse, é o ponto de vista dos saxões! Logo no final desse capítulo introdutório, os noruegueses destróem a imagem que os saxões têm deles massacrando um pequeno exército na base da tática de guerrilha! Quando eu terminei de ler a introdução, eu sabia que eu estaria diante de um livro que ia gostar! E Cornwell não me decepcionou! O livro é emocionante! As batalhas são vívidas, e é possível, as vezes, estar com Uhtred, o protagonista do livro, quando ele toma o remo de um drakkar. O livro é envolvente, e Uhtred é um personagem fácil de se gostar. Basicamente, é um saxão com sangue quente, que se apaixona pelo modo de vida noruegues quando é raptado ainda pequeno por Ragnar, um líder de guerra viking, e criado como seu filho por quase uma década. Há, claro, muito mais a ser dito sobre ele, mas eu sempre detestei spoillers. Prefiro comentar depois, com quem já leu o livro. Eu me identifiquei muito com as dúvidas, as escolhas e a paixão feroz e passageira que Uhtred demonstra ao longo do livro. É interessante pensar em um adolescente num tempo em que o termo não existe, e Cornwell consegue criar muito bem o coração arredio do "quase homem" Uhtred enquanto ele se constrói.

Finalmente, como último comentário, preciso expôr minha alegria com o conteúdo absolutamente anti-católico do livro! Todos, absolutamente TODOS os padres são homens fracos, lamuriantes e delirantes! O mais fantástico nisso tudo é que Cornwell não está fazendo uma crítica, mas sim um retrato sobre aqueles homens - certamente com alguma licença poética, como com todos os outros personagens do livro - o que me deixava eventualmente com um canto da boca levantando pensando "como é que as pessoas não vêem com essa clareza óbvia?" Uma das minhas passagens favoritas do livro é o defrontamento da fé cristã com a lógica norueguesa, em que todos eles (os noruegueses) se comprometem em se batizar se o bispo de um monastério atacado por eles (ainda os noruegueses) conseguir realizar o mesmo milagre de são Sebastião! Simplesmente Hilário!

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