quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Fauna II

E lá estava eu, numa tarde terrívelmente quente desse verão quase insuportável, tomando um café e fumando um cachimbo - sim, eu sei que parece loucura realizar duas atividades que aquecem mais ainda o corpo, enquanto se reclama do calor. Bom, eu nunca fui acusado de ser são... - bem quietinho no meu ateliêr, quando ouço barulho do lado de fora. Com esse tempo seco, além das folhas, a própria grama está esturricada e barulhenta, então não foi um grande feito ouvir algo se arrastando na rua. Sim, se arrastando! Levantei da minha confortável cadeira, e fui, silenciosamente, até a porta. Qual foi a minha surpresa quando, ao dar uma perscrutada pela grama, me deparei com um lagarto! ele vinha, lentamente, se arrastando por baixo da bergamoteira que fica quase na porta do ateliêr, e fez uma rápida pausa quando me enxergou, mas depois voltou a se mover, mansamente.

Num impulso, eu peguei meu celular, e coloquei a câmera no modo de filme, e saí perseguindo o bicho!

Devido à minha sutileza, furtividade e aparência, o animalzinho saiu em disparada, e eu achei que não ia conseguir nem chegar perto de pegar uma imagem dele. Pra minha sorte, ele acabou se trancando em um canto aramado do pátio, uma ruína do que um dia foi um galinheiro.

No fim, consegui pegar umas poucas, porém valiosas, imagens do inusitado visitante.

E aqui estão elas:


Como eu disse, câmera de celular. Não é uma maravilha de imagem, mas dá pra ver o bicho, o que já é um sucesso!

Depois que ele driblou o aramado, eu cheguei a pensar em dar perseguição à ele, na tentativa de mais imagens, mas achei que já tinha incomodado o pobre o suficiente.

Além disso, teiús - o nome desse tipo de lagarto - são conhecidos por serem agressivos, e eu não ia chegar mais perto do que já tinha chegado... Apesar desse ser jovem - já ví alguns bem maiores - ou talvez não ser um teiú, mas sim alguma outra espécie de lagarto - não sou nenhum especialista no assunto - eu preferi não arriscar.

Então aí está, mais um pouco da fauna das terras do café-com-letra!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Longe é um lugar que não existe


Ganhei esta livro de presente da minha mãe, quando estivemos na feira do livro de Pelotas do ano passado, junto com o Bento e mais algumas outras "guloseimas literárias" - sobre as quais espero eventualmente falar aqui. Já reli ele duas vezes desde então. E vou ler algumas vezes mais, com certeza.

Há algumas questões que considero relevantes sobre este livro. Além de ter sido por Richard Bach, que tem alguns bons livros - já falei do Biplano por aqui - este livro tem um valor sentimental muito grande pra mim.

É o primeiro livro que eu lembro de ter lido.

Não, ele certamente não foi o primeiro livro que eu lí - até pouco tempo atrás tinhamos, guarda aqui em casa, uma série de livros infantis que provavelmente foram lidos antes do Longe é um Lugar que não Existe - mas sim o primeiro que eu me recordo de ter lido.

Isso foi há muito, muito tempo atrás. A minha cópia do livro desapareceu há tantos anos, que eu mal lembrava da história.

A história. Acho que seia interessante falar um pouco do que eu lembro dela, e do que realmente há no livro.

É possível encontrar o texto do livro na íntegra na internet. Eu já encontrei - apesar de não ter lido - e sei que há versões digitais dele por aí. É um livro muito curto, do ponto de vista textual (textual? Tá certo isso?) porque ele é cheio de ilustrações. Alias, foram as ilustrações que me fizeram lembrar do livro por tantos anos.

Olha só pra mim, me perdendo no meu próprio texto! Retomando:

O livro fala sobre uma viagem, feita através das asas de várias aves.Era parte do que eu lembrava, mas admito que o motivo da viagem me fugia totalmente. Estamos indo à festa de aniversário de uma certa Rae, alguém muito especial. E levamos também um presente muito especial para ela. Mas ao longo do caminho, distância, destino, motivo e todas as outras coisas relacionadas com o aniversário de Rae vão sendo questionadas. Um à um, os pássaros vão nos questionando sobre coisas sobre as quais nós geralmente não pensamos muito quando estamos ver alguém que nos é caro. Aqueles à quem amamos não estão sempre em nossos corações, apesar das "distâncias" que nos separam? Mesmo ficando mais "velhos" eles não serão eternos em nossa lembrança? Nós não celebramos a presença deles todas as vezes em que neles pensamos?

Minha contraparte feminina neste blog e eu lemos o livro uma vez, em conjunto, logo depois que ganhei ele de presente. Eu comecei à ler, mas não fui capaz de terminar. Ela - a minha contraparte feminina - me disse, depois de terminar a leitura, que agora entendia um pouco mais sobre mim. Acredito plenamente que este livro moldou meu modo de pensar em muitos aspectos. Só posso agradecer à Richard Bach por ter escrito este lindo conto sobre as distâncias - tanto relativas quanto absolutas.

Recomendo imensamente este livro, mas na versão de celulose e com ilustrações, não uma leitura eletrônica insossa.

Ah, e se mais alguém tiver um anel daqueles, estou aceitando um de presente! O meu, infelizmente, quebrou...