A primeira é que Robert Jordan, o autor da maioria dos livros da série Wheel of Time e criador do cenário havia escrito um livro que precederia os originais. Assim, ao invés de continuar adiante na leitura dos livros. E foi uma decisão acertada, devo dizer. Em primeiro lugar, New Spring explica muito da estrutura da White Tower, que é o nome da sociedade das Aes Sedai - que são, basicamente, as conjuradoras de magia do cenário. Conjuradoras, porque sim, nesse cenário, só mulheres são permitidas conjurar magia.
No final do livro, alias, Jordan diz que decidiu escrever New Spring porque queria explicar algumas coisas com relação à estrutura da sociedade, o que foi definitivamente muito interessante de ler! A primeira metade do livro basicamente é uma grande explicação da estrutura de poder dentro da White Tower e sobre os rituais e passos que uma mulher deve seguir para se tornar uma Aes Sedai. Como eu sou extremamente curioso e gosto de saber e até mesmo extrapolar sobre o funcionamento das coisas (coisas; todas as coisas), achei o livro extremamente divertido!
Esse livro também explica como e porque Moiraine se torna a "guia" das histórias contadas nos livros posteriores, incluindo como ela encontrou seu Warden, Lan - apesar de eu precisar admitir que essa última parte, envolvendo Lan, é a parte menos inspirada da trama.
A segunda descoberta que fiz com relação à série de livros é que Aes Sedai não é Iced Eye! Enquanto lia The Eye of the World (e o começo de New Spring) eu sempre entendi que as conjuradoras eram Iced Eyes, e que eventualmente alguém ia explicar o porque do nome. Mas eventualmente passam a chamar Moiraine de Moraine Sedai e eu me dei conta que não fazia sentido o nome dela ser "(i)ced Eye". Tinha alguma coisa errada. E pesquisando sobre a coisa toda, descobri o verdadeiro título e seu significado (Servants of All, na velha língua).
Um livro interessante, rápido e divertido de ler. Apesar de explicar coisas que podem ser de interesse pra leitores da série, ele serve muito bem como história isolada, sendo perfeitamente auto-contido. Alias, enquanto história auto-contida, é um interessante exercício de extrapolação de "como-é-que-o-mago-guia-da-história-sabe-de-tudo-e-porque-ele-não-explica-porra-nenhuma". Deveras interessante nesse sentido!
E, claro, ele serve de porta de entrada pro cenário. É uma ótima introdução para Wheel of Time.
Leitura fortemente recomendada!