domingo, 10 de maio de 2015

Antologia de Ficção Científica

Abril foi um mês literalmente complexo, literalmente. Vou falar sobre o assunto em uma futura postagem. Por hora, vou fazer o que é costume por aqui: Resenhar o último livro que li - nesse caso, uma antologia de contos de ficção científica da década de 60/70.

Achei esse livro perdido por aqui, sem capa, enquanto mudava minha "biblioteca" de lugar. Não sei de onde saiu, mas estava precisando de alguma coisa simples pro meu apetite literário, e uma coletânea de contos de FC sempre é uma boa pedida.

Sem autores particularmente reconhecidos, incluindo um brasileiro - cujo nome me foge - este volume fadado à tragédia me trouxe algumas horas de leitura tranquila e divertida. Sem histórias particularmente geniais, essa antologia foi muito boa de ler justamente porque suas histórias, pouco pretensiosas (em sua maioria, exceto pelo supracitado autor brasileiro de nome perdido) me deram justamente aquil o que eu procurava: histórias simples e diretas. Algumas delas, apesar de esdrúxulas - como a patente de uma máquina de fazer ovos - se desenvolveram de forma inesperadamente interessante, enquanto outras - como a história da equipe de construção de linhas de energia confrontada pelos últimos "motoqueiros" da terra - partem de princípios mais originais. A maioria, no entanto, era bem lugar-comum para leitores de ficção científica - como o futuro das instituições presidiárias, métodos de ensino distópicos, extinção de raças graças à exploração de recursos naturais e dogmas culturais extremos que se mantém sendo levado à cabo apesar de ilógicos e daninhos. Mas estamos falando de uma antologia de ficção de obras de 1963 à 1973, o que significa que, para a época, alguns desses assuntos não tinham sido experimentados à exaustão ainda.

O supracitado conto do autor brasileiro cujo nome se perdeu, no entanto, é medonho. Além de usar um tipo de linguagem bizarra, com várias passagens em espaços brancos, para demonstrar a incapacidade do leitor em entender o que o personagem pestá falando - e sim, é uma história contada por um personagem, supostamente um gênio, sobre sua genialidade - o texto é recheado de passagens em caixa alta, descoladas do texto, sem nenhuma conexão aparente com a história em sí. De fato, são passagens de cunho apocalíptico, enquanto o tal cientista fala de suas descobertas no campo da beleza, seja lá o que significa isso. Recheado de pseudo-intelectualismo e palavras difíceis sem significado - supostamente para demonstrar a superioridade intelectual do cientista - o conto termina sem nenhum mérito, exceto o de entrar na minha lista de piores coisas que já li na vida - e eu já lí alguns panfletos de igreja particularmente horrorosos...

"Mas Domênico, porque tu não está citando o nome das obras nem dos autores? Não dá pra ir ali pegar o livro ao invés de ficar dizendo que não lembra ou que esqueceu os nomes dos contos e autores? E porque tu disse que esse livro estava fadado à tragédia lá no começo da postagem?" Bem, ávidos leitores, o fato é que o livro não existe mais.

Hoje, logo depois de eu ter terminado minha leitura da antologia, esqueci a porta da casa aberta depois de levar roupas pra lavar, logo cedo. O que aconteceu então é que minha cadela - na verdade, ela é da minha mãe, mas eu tenho tomado conta dela pelos últimos anos, infelizmente - infiltrou-se na casa, comeu a comida dos gatos, derrubou minha caixa de ferramentas de cima da mesa - o que causou um óbvio caos de plástico e metal por toda a minha sala - e terminou seu ato de terrorismo destruindo dois livros, um dos quais era justamente a antologia - o o outro era um livro que eu estava lendo e que, bem, não vou poder terminar...

Alias, tenho uma cadela pra doação. Sei que essa não é a melhor propaganda do mundo pra se fazer de um anial do qual a gente espera que alguém se interesse em levar embora, mas ela tem qualidades. Como o fato de ser castrada - o que implica que ela não vai mais espalhar seus genes por aí, graças à Cérbero!

Alias, acabei de notar que não conheço nenhuma divindade associada aos cães... Se alguém conhecer alguma, fico agradecido.

Do livro, só sobrou inteira a página que ilustra essa postagem. O resto eram peças rasgadas de papel ou uma massaroca de celulose e baba canina. Nojento.

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