quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O Corsário Negro


Assim como ocorreu com o livro A Flecha Negra, comprei esse livro da coleção Grandes Clássicos Juvenis da Editora Globo por causa das ilustrações, e não pela história.

Assim como no caso de A Flecha Negra, esse livro não traz o nome do ilustrador, o que é lamentável. Apesar de não ser tão bom quanto o ilustrador do supracitado livro, o sujeito que fez as pinturas pra essa obra também produziu alguns trabalhos bastante evocativos - e o melhor, tratando de piratas!

A história em si, no entanto, é bem ruim. Emilio Salgari nos trás a triste história do pirata auto-intitulado Corsario Negro, em busca de vingança pela desonra dele e de seus irmãos pelas mãos de um político covarde e despótico. Nada de novo. A bizarrice começa quando tu descobre que os irmãos do Corsário Negro - que foram presos e executados pelo vilão, o tal político malvado - eram o Corsãrio Verde e o Corsário Negro. Daí que, considerando que o nosso "herói" tem o nome derivado da cor com a qual se veste predominantemente, temos uma imagem mental do baile de carnaval que deveriam ser os jantares dançantes da família Corsário...

Pra além disso, o livro trata basicamente da perseguição do Corsário atrás do vilão, enquanto este foge protegido pelos seus guardas através de uma ilha coberta com selva, com direito a areia movediça e emboscadas mal-sucedidas. Além de um amor à primeira vista com a filha do vilão, o Corsário encontra também um nobre honrado que defende os interesses da coroa, estando portanto no caminho da vingança do protagonista.

A coisa toda culmina no vilão escapando irremediavelmente, o Corsário matando de modo "cavalheiresco" o tal nobre honrado e a filha do vilão se suicidando para manter a "honra" da vingança do Corsário. E o livro termina com um pirata chorão. Tudo numa aparente tentativa patética de mostrar que a honra está acima de tudo e que os brutos também amam.

uma obra-prima do desnecessário. No fim do livro temos um pirata que perdeu um amor por conta de uma vingança, e o resto é encheção de linguiça. Muito ruim.

Não faço idéia se a obra original tinha algum nível de profundidade maior que justificasse o papel gasto pra imprimi-la, mas nessa versão infanto-juvenil só o que se salva são as ilustrações, mesmo.

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