quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ilusões - as aventuras de um Messias indeciso

Apesar de eu ter certeza que alguns levam esse livro como uma espécie de 'manual prático e filosófico pra vida', ou algo assim, na verdade eu me diverti muito lendo o livro porque, ao ler o trecho introdutório - um manuscrito fazendo uma descrição à moda versículos bíblicos da história do Messias Mecânico - simplesmente me bateu uma de ler o livro como uma espécie de gênese de super herói.

Admito que foi um exercício muitíssimo interessante! Se fosse quadrinizado no estilão Rocketeer - a história se passa na década de 70 e tem aviões, é meio difícil não fazer a associação automaticamente, uma vez que se tem a idéia de gênese super-heroica - tenho certeza que ficaria perfeito como história das horigens de muitos super-heróis! Enquanto lia, me veio a cabeça o (um?) Doutor do Authority, mas certamente também funcionaria pra uma história do Doutor Estranho ou Destino (da DC) apresentando um novo mago ou uma gênese alternativa de um desses universos paralelos.

Mas poxa, afinal do que se trata o livro? Me adiantei nessa história de leitura alternativa e esqueci de falar do livro em si!

Richar Back é um autor que eu gosto. Ele é, eu sei, um autor de livros de filosofia pop ou algo assim. Mas, de qualquer maneira, ainda tenho um certo respeito por algumas de suas obras. Já resenhei aqui duas delas, inclusive: Longe é um Lugar que Não Existe, que tem um lugar especial no meu coração, e Biplano, que me chegou meio sem querer à mais ou menos uns dois anos.  Ainda tenho que conseguir uma cópia de Fernão Capelo Gaivota, sua obra mais famosa.

E lá vou eu me enrolando outra vez sem falar sobre o livro...

Bem, assim como Biplano - e aposto que muitos outros livros de Bach, que é aviador desde os 17 anos - temos um livro que narra as aventuras de um piloto de avião independente (o piloto, não o avião). Nesse caso, porém, nosso protagonista se encontra com um sujeito singular, um Messias que desistiu do cargo. É uma história interessante sobre como as coisas podem acontecer quando um Messias vêm à terra. É fantástico, meio filosófico, tem momentos até engraçados e é bem simples de digerir. Um livro fácil com uma história direta e, se não enlevante, ao menos interessante.

Finalizo com a passagem final da introdução do livro, que dá uma idéia boa do que o livro traz:


26. E ele lhes falou: “Se um homem dissesse a Deus que o que queria mais que tudo era auxiliar o mundo sofredor, fosse qual fosse o preço para si, e Deus lhe respondesse o que devia fazer, o homem deveria fazer o que lhe era ordenado?”

27. “Pois claro, Mestre!” exclamaram. “Devia ser para ele um prazer sofrer as torturas do próprio inferno se Deus lha pedisse!”

28. “Não importa quais fossem essas torturas, nem a dificuldade da tarefa?”

29. “Seria uma honra ser enforcado, uma glória ser pregado a uma árvore e queimado, se fosse isso que Deus pedisse”, disseram eles.

30. “E o que fariam vocês, perguntou o Mestre à multidão, se Deus lhes falasse diretamente, em pessoa, e dissesse: ‘ORDENO QUE SEJAS FELIZ NO MUNDO, ENQUANTO VIVERES.’ O que fariam então?”

31. E a multidão calou-se e nem uma voz ou som foi ouvido sobre os morros e pelos vales.

32. E o Mestre disse: “No caminho de nossa felicidade encontraremos o conhecimento para o qual escolhemos esta vida. É assim que aprendi hoje e prefiro deixa-los agora para seguirem o seu caminho.”

33. E seguiu o seu caminho no meio da multidão e voltou ao mundo dos homens e dos motores.

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