She, ou nas versões traduzidas para o português, Ela, a Feiticeira, é um livro de aventura do autor Sir Henry Rider Haggard publicado em 1887.
Sir Henry Rider Haggard (ou H. Rider Haggard, como assinava seus livros) publicou 50 livro ao longo de sua vida, tendo outros 5 publicados post morten. Foi um pioneiro no gênero litrerário Mundo Perdido, e sua obra mais conhecida, várias vezes adaptada para cinema de uma ou outra forma é As Minas do Rei Salomão.
Eu já tinha ouvido falar nas Minas do Rei Salomão - assisti pelo menos três adaptações em filme - mas honestamente, nunca ftive muito interesse em procurar o livro original. 'She', no entanto, era uma obra que eu desconhecia completamente até recentemente, quando encontrei na rede uma imagem de personagens de ficção heróica d final dos século 10 e começo do século 20. A imagem tinha vários personagens que eu reconhecia (e que, graças à minha péssima meória, eu não lembro mais quem eram, com exceção do Tarzan), com uma única exceção: Uma mulher pálida, em um vestido e véus brancos, anotada na imagem como "Ayesha". Fui pesquisar sobre ela, descobri o livro e subsequentemente encontrei a versão em audio na Librivox. Apesar da obra completa estar à disposição no site - assim como inúmeros outros - eu admito que é um pouco complexo de ouvir pela troca constante de narradores entre os capitulos, incluindo alguns narradores que não falantes nativos do inglês, o que em parte atrapalha a imersão e, por outro lado, soa engraçado em algumas partes, o que reduzo impacto da narrativa tensa, principalmente nos capítulos finais.
'She' é uma narrativa moldura escrita em forma epistolar: a história da viagem de Horace Holly e Leo Vincey à Africa para desvendar um mistério do passado de Leo é manuscrita por Holly, e o calhamaço então é entregue para um editor inglês, quando o par de aventureiros reotrnam à sua terra natal. O editor nos conta como conheceu rapidamente os protagonista e então, alguns anos mais tarde, recebeu o manuscrito que agora está sendo puvlicado em forma de livro.
O "Ostraco de Amenartas, criado pela irmã de Haggard, Agnes Barber, usado para produzir fac-símiles que ilustravam algumas versões do livro. |
'She' é uma obra fortemente estabelecido em ideais neoimperialistas, enaltecendo os princípios da cultura inglesa e retratando os nativos africanos com uma cultura selvagem - em contraste com a erudita e esclarecida Ayesha, de origem Árabe, que apresenta ponderações filosóficas sobre religião e política e desdenha dos ingleses que consideram seus feitos como "bruxaria"
De fato, uma das coisas que eu estranho na escoha da tradução para o português da obra, é o fato de Ayesha mas de uma vez repreender Holly quando este presenciava algum feito "milagroso" derivado dos seus conhecimentos chamando-os de feitiçaria ou magia. Ela sempre se identifica como uma mulher da ciência, que passou literalmente séculos aprimorando seus conhecimentos, desdenhando até mesmo de noções de religião como mera crendice e superstição sem fundamento.
A obra também toca em alguns assuntos referentes à sexualidade, apresentando uma cultura matriarcal entre os Amahagger (a tribo que reverencia Ayesha e no meio dos quais os protaginstas estão inseridos durante a maior parte da história) e retrata Ayesha como uma mulher irresistível e totalmente ciente disso, que utiliza este atributo para subjugar e dominar facilmente tanto Holly (um misógino contumaz) quanto Leo (determinado a rejeitar Ayesha por seus atos relacionados à uma nativa).
Eu admito que, apesar de ser apresentada como a antagonista da história, Ayesha é a personagem com pela qual eu senti a maior empatia. Ela tem objetivos claros, uma visão de mundo esclarecida e conhece perfeitamente suas capacidades. Enquanto isso, Holly tem sérios problemas em lidar com sua aparência - ele é feio ao ponto de ser apelidado de "babuíno" pelos Amahagger - sendo extremamente autoreferente e um tanto preconceituoso. Leo, embora seja retratado como o perfeito cavalheiro inglês, passa uma certa infantilidade e empáfia de quem sempre teve tudo o que quis, e embora tenha tido acesso à toda a cultura acessível em seu tempo, é bastante imaturo e pouco perspicaz.
Mas isso pode ser preconceito de um leitor inserido no paradigma do século 21, lendo uma obra com quase 140 anos de idade.
Enfim!
Há mais três livros com Ayesha como personagem, publicados por Haggard, incluindo um encontro com Allan Quartermain, e eu estou bastante inclinado a procurar esses livros noa Librivox pra ler todo que ele escreveu sobre a personagem - e provavelmente vou ler As Minas do Rei Salomão e os outros livros do Allan Quarterman.
Gostei bastante da escrita de Haggard, e achei as idéias e a trama do livro excelentes!
Leitura fortemente recomendada!