Mas ouvir um conto original de Howard pela primeira vez foi uma experiência surpreendente. Eu admito que esperava uma escrita crua, até um pouco pobre, devido à época em que foi escrita e ao tipo de meio no qual era publicado.
Ledo engano.
Foi realmente surpreendente ver o modo elegante com o qual Howard tece sua trama com uma escrita vivaz e energética, sendo capaz de, com poucas palavras, descrever com precisão cada personagem da trama, além de adicionar, de forma totalmente orgânica, a história do seu cenário na narrativa. A escrita é fluida embora enxuta, os diálogos são coerentes e as falas honestas. Tudo é eficiente.
Howard é um autor de personagens, e se há uma pequena falha em sua escrita, são suas descrições de lugares. Todo o ambiente fica meio turvo e sem cor. Admito que pode ser até um pouco proposital, para adicionar mistério, mas honestamente acredito que a falta de visualidade do autor seja sua única falha - ao menos nesse conto - e uma que não é exatamente grave, apenas peculiar.
A trama em si é instigante e a cada capítulo o leitor (ou ouvinte, no meu caso) se vê desejando continuar a história, para ver o que vai acontecer em seguida. Definitivamente uma narrativa bem construída.
Depois de ouvir este conto, definitivamente fiquei interessado em conhecer todas as histórias do Cimério escritas por Howard.
E não, o Conan de Howard não é o Conan da Marvel nem o Conan do cinema. São criaturas bastante diferentes. Algumas características em comum estão lá, mas definitivamente são feras distintas. Cada uma com suas qualidades distintas - e todos eles são grandes personagens - mas distintos eles de fato são.
Leitura fortemente recomendada!
Para aqueles curiosos em ouvir The Hour of the Dragon, uma versão em domínio público pode ser encontrada no youtube. Deixo o vídeo aqui. Vale cada minuto.